Lisboa está repleta de turistas um pouco por todo o lado. Basta andar a pé pelas ruas da cidade para o ver. Perante esta realidade, surgiu-me a questão: como é ser turista na capital e utilizar diferentes transportes para visitar os locais mais emblemáticos?
Para responder a esta dúvida decidi passar eu mesmo pela experiência de ser “turista”, utilizando os transportes disponíveis para chegar aos principais pontos de interesse de Lisboa e concelhos adjacentes.
A minha viagem começa no Aeroporto Humberto Delgado, como se tivesse acabado de chegar de um voo internacional. Mochila às costas, garrafa de água, chapéu de chuva e boné (nunca se sabe o que vai fazer mais falta). Estou pronto para começar.
Claro que a tentação imediata seria apanhar um táxi ou um TVDE, em abundância à saída do aeroporto. Mas não. Para chegar ao centro de Lisboa (o primeiro destino que escolhi) quero tomar o pulso à rede de transportes coletivos da cidade. Por isso vou de metropolitano.
Primeiro transporte: metropolitano
Adquiro um bilhete no valor de 1,65€ e apanho a linha vermelha que me leva até à estação da Alameda, com oito paragens pelo meio. Aí troco para a linha verde com destino ao Cais do Sodré, se bem que saio duas estações antes, precisamente no Rossio.
Para começar não está mal. O metro é rápido, confortável e a sinalética existente guia-me facilmente para onde me quero dirigir. Uma vez na rua, aprecio a beleza avassaladora da nossa capital, que muitas vezes passa despercebida a quem “cá” vive.
Faço um pequeno trajeto a pé e vou provar o “tal” pastel de bacalhau com queijo da serra, acompanhado de um Porto. Coisa para turista, dirão alguns. E eu partilho da opinião, o que significa que não poderia ter escolhido melhor lugar para integrar esta minha “persona”.
Andar de elétrico é uma experiência mágica
Uma vez na baixa, é obrigatório apanhar um elétrico da Carris para visitar o Castelo de São Jorge e contemplar a cidade a partir de cima. Desço então um pouco mais a Rua Augusta e na primeira perpendicular, a Rua da Conceição, apanho o 28E que por 3€ (tarifa de bordo) me leva até ao Miradouro de Santa Luzia, com passagem pela Sé.
Foi uma viagem curta, mas ainda assim marcante, pela magia que transmitem estes elétricos clássicos, objeto de tantas fotografias e formas de expressão artística. Vista que está esta zona, decido aventurar-me a visitar outro concelho. Já ando nisto há algumas horas e a fome voltou a apertar. É hora de rumar a Sintra para ir comer um travesseiro!
Apanhei o autocarro e depois o comboio até Sintra
No castelo apanho o autocarro 737 e compro o bilhete por 2€ (tarifa de bordo) para ir até à Praça da Figueira, de onde parto a pé até à lindíssima estação do Rossio. Aí compro o bilhete da CP por 2,30€ e entro no comboio que em cerca de 40 minutos me leva precisamente até Sintra.
A ida e a volta foram viagens agradáveis. Os comboios são confortáveis e à hora que os utilizei não estavam demasiado cheios. Valeu bem a pena visitar a vila de Sintra e os seus palácios, pois há lá muito para conhecer, para além de que o travesseiro ainda morno estava de comer e chorar por mais.
Ainda andei de trotinete e bibicleta
De volta ao centro da capital, sempre no meu papel de turista estrangeiro, não posso deixar de experimentar uma trotinete e uma bicicleta partilhadas. Começo pela trotinete, pela qual pago menos de 30 cêntimos por minuto de utilização.
Algumas vezes em ciclovia, outras não, num instante chego à zona do Mercado da Ribeira, mas a verdade é que andar sem capacete (lembro que cheguei a Lisboa apenas com uma mochila às costas) num objeto tão frágil e, por vezes, tão perto de automóveis e autocarros, não me agrada.
Ainda assim, importa frisar que a rede de ciclovias em Lisboa é já muito ampla e que o modo de utilização das trotinetes facilita, em muito, a realização de pequenas deslocações. O mesmo acontece com as bicicletas Gira, o último meio de transporte que vou utilizar nesta aventura.
Por apenas 2€ (valor do passe diário) desbloqueio uma bicicleta que uso confortavelmente num trajeto que tomo para chegar à zona de Xabregas. Entretanto já são quase horas de jantar e um “amigo” disse-me que se come lá um belíssimo bacalhau.