As calotas polares estão a derreter e os oceanos a subir. E se as previsões iniciais já eram preocupantes, agora os cientistas descobriram que o aumento do nível do mar pode vir a ocupar mais do dobro da extensão de terra inicialmente previsto.
Numa nova investigação divulgada agora, é revelado que há 110 milhões de pessoas a viver em zonas consideradas abaixo do nível do mar, muitas vezes protegidas por muros e outras defesas costeiras, como em Veneza. Se houver um aumento do nível do mar de dois metros, 240 milhões de pessoas estarão em risco de ver as suas casas debaixo de água.
Áreas abaixo do nível da maré são extremamente vulneráveis a inundações devastadoras. Segundo o estudo que utilizou medições de alta resolução de um satélite da NASA, a maior parte da costa está mais abaixo do que o estimado anteriormente.
Os maiores impactos do aumento do nível do mar ocorrerão antes do que se pensava.
Por exemplo, um aumento de dois metros no nível do mar pode colocar a maior parte de Bangkok, capital da Tailândia, e os seus 10 milhões de habitantes abaixo do nível do mar. Dados mais antigos indicavam que Bangkok ainda seria bastante segura nesse nível.
A rapidez com que os oceanos podem vir a subir depende da descarbonização. Num cenário de altas emissões, em que a temperatura irá aumentar 4ºC acima dos níveis pré-industriais, os oceanos do mundo podem subir 1,3 metros até 2100. Em 2300 podem vir a chegar aos cinco metros.
Há um novo iceberg na Antártida
Se as emissões forem reduzidas para limitar o aquecimento abaixo de 2°C, o nível médio do mar aumentaria de 0,3 a 0,6 metros até 2100. Se os países cumprirem as metas delineadas e as respetivas políticas ambientais atuais, estaremos a caminho de um aquecimento de cerca de 2,7 ºC até 2100.