Há um novo iceberg na Antártida com mais de 1550 km2, igual ao tamanho de Londres ou mais de 15 vezes o tamanho de Lisboa. Este fenómeno aconteceu no passado domingo, 22 de janeiro, quando um bloco de gelo se separou do continente, detalhou a British Antarctic Survey (BAS), um organismo de investigação sobre as zonas polares.
Os cientistas há 10 anos que já tinham verificado a existência de uma fissura e desde lá tiveram a observá-la no terreno, durante o verão antártico, ou seja, entre novembro e março. Ao final de uma década em que a fissura foi aumentando, partiu.
Em dois anos esta foi a segunda maior separação da Barreira de Brunt, sobre a qual está instalada a estação de investigação britânica Halley VI.
Em 2016, o BAS deslocou a sua estação em 23 quilómetros, com receio de acabar por ficar num iceberg à deriva. A estação de investigação Halley VI esteve desocupada nos últimos seis invernos devido à complexa e imprevisível situação glaciológica.
As mudanças na Barreira de Brunt são um processo natural, nada está relacionado com as alterações climáticas, mas isso não quer dizer que o continente não sofra com o impacto do aquecimento global. Em 2022 a Antártida registou temperaturas inéditas, tal como em todo o planeta.
O maior buraco na camada de ozono está na Antártida, mas boas notícias dizem que pode desaparecer
Segundo um relatório anual recente do Copernicus, o programa europeu sobre as alterações climáticas, a extensão do gelo em fevereiro de 2022 atingiu o mínimo em 44 anos.