Se durante a pandemia todo o planeta beneficiou com a diminuição de circulação automóvel e aérea, agora voltámos aos níveis antigos de emissões de gases de efeito de estufa. Tendo em consideração estes dados, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que entre 3,3 e 3,6 mil milhões de pessoas estão altamente vulneráveis aos impactos das alterações climáticas.
Esta situação foi partilhada no sexto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas das Nações Unidas. Uma das cientistas responsáveis, a colombiana Paola Arias Gomez, alertou que, caso a situação não se altere, em 20 anos ultrapassaremos os 1,5ºC, o que trará várias consequências graves como a subida do nível do mar, mais chuvas e secas extremas, ondas de calor e temperaturas extremas.
Um outro cientista, o argentino Juan Rivera Riva, destacou que para se reverter esta trajetória, é necessário impor impostos às empresas mais poluentes e alargar a ajuda para uma transição energética para as energias renováveis.
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Para os especialistas, as COP - Convenções sobre as Alterações Climáticas têm um papel preponderante na luta contra o aquecimento global já que através delas os países chegam a acordos sobre a redução de emissões e conseguem-se investimentos por parte dos países mais ricos em projetos de energias renováveis nos países e regiões em desenvolvimento.
No sexto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas da ONU, os cientistas referem que há medidas a serem adotadas para combater o aquecimento global, como as "cidades dos 15 minutos", um conceito que defende que escritórios, zonas de lazer, habitação e lojas devem estar num perímetro reduzido de forma a que as pessoas possam deslocar-se sempre a pé.