Churchill, no Canadá, é considerada a capital mundial dos ursos polares, mas os avistamentos dos animais poderão deixar de acontecer em poucos anos. A população de ursos polares no Canadá está a diminuir devido às alterações climáticas, alerta uma nova pesquisa do governo canadiano.
Em 2021, investigadores analisaram a cidade de Churchill, no oeste da Baía de Hudson, zona sudeste do Ártico, e contaram 618 ursos polares, menos 224 do que em 2016, quando foram feitas as últimas pesquisas e foram identificados 842 animais da espécie.
A tendência de desaparecimento não é de agora. Desde a década de 1980 que o número de ursos nesta região caiu praticamente 50%, alertaram os autores do estudo, citados pela AP.
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Na origem do problema está o desaparecimento do gelo, essencial para a sobrevivência destes animais, já que o usam para caçar, fazendo grandes buracos na camada gelada para chegar às focas.
As alterações climáticas fizeram com que o Ártico aquecesse mais rápido do que o resto do mundo. Desta forma, ao longo do ano, o gelo começa a partir mais cedo e demora mais tempo a congelar no outono, prejudicando a capacidade de caça dos animais.
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São as fêmeas e as criar que estão a ser mais afetadas e que morrem a um ritmo alarmante nesta zona do Ártico.
Os ursos polares jovens precisam de energia para crescer e não podem passar muito tempo sem comer. As fêmeas, por estarem a amamentar e a cuidar das crias, também gastam muita energia e têm necessidade de a repor através do alimento. À falta de possibilidade para caçar, acabam por morrer.
No estudo, os autores acabam por concluir que, como cada vez menos ursos polares chegam à idade adulta, a capacidade de reprodução vai diminuir.