A energia nuclear não tem sido uma fonte de produção de energia consensual em todo o mundo, em grande parte devido aos riscos relacionados com a segurança. No entanto, enquanto a Alemanha anunciou recentemente o encerramento de três reatores, a Finlândia acaba de inaugurar o maior reator nuclear da Europa.
O arranque da produção de energia no reator nuclear Olkiluoto 3 (OL3), situado em Eurajoki, cerca de 315 km a norte da capital Helsínquia, é fundamental para o país nórdico aumentar a independência energética e não estar dependente dos vizinhos Suécia e Noruega, ao mesmo tempo que evita as consequências dos cortes de fornecimento de gás e energia da Rússia.
O OL3 (assim chamado porque é o terceiro no mesmo local) foi oficialmente dado como 100% operacional (dia 16 de abril após todos os testes) e está anunciado como o maior reator europeu com uma capacidade instalada de 1,6 gigawatts (GW).
É o primeiro projeto nuclear da Finlândia em mais de quatro décadas, o mais recente dos últimos 16 anos em toda a Europa (a construção começou em 2005) e o primeiro a entrar em plena produção de energia, em todo o mundo, após o desastre de Fukushima, no Japão.
De acordo com informações avançadas pela Reuters, o operador Teollisuuden Voima (TVO), detido pela Fortum e um consórcio de empresas industriais e de energia, anunciou que o OL3, deverá ter um tempo estimado de vida de 60 anos e poderá suprir 14% das necessidades totais de eletricidade da Finlândia.
Planeado para inaugurar em 2009, o reator Olkiluoto 3 entra em pleno funcionamento 18 anos após o início das obras e sensivelmente um ano após terem terminado os fornecimentos da companhia estatal russa Gazprom à Finlândia.
Este é um projeto que antecede outros já anunciados na Europa, como é o caso do Reino Unido e Países Baixos, dando corpo às estimativas que colocam as renováveis como a principal fonte de produção de eletricidade em todo o mundo até 2025.