É de origem nacional a ideia de associar miniturbinas eólicas, criadas a partir de motores de veículos elétricos, a uma rede de painéis fotovoltaicos, com o intuito de aproveitar aquilo a que chamam “vento urbano”. Falamos do projeto “WindCredible”, da autoria de seis portugueses, que em outubro vai representar o nosso país na final europeia da ClimateLaunchpad.
O projeto “WindCredible” foi um dos vencedores da etapa nacional, organizada pela UPTEC - Parque da Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, da iniciativa que visa apoiar ideias de negócio que reduzam o impacto negativo no ambiente.
A ideia surgiu quando um dos mentores do projeto, Filipe Fernandes, fazia a manutenção a uma impressora 3D. Na altura apercebeu-se que os motores desta funcionavam como geradores, produzindo energia quando eram movimentados por indução magnética, conforme explicou em declarações à agência Lusa.
A descoberta levou-o a procurar outros motores que tivessem o mesmo comportamento, tendo então chegado aos que estão instalados em veículos elétricos como trotinetes, bicicletas e overboards. O objetivo é aproveitar o vento em zonas urbanas que, na opinião de Filipe Fernandes, “não está a ser rentabilizado”.
Depois de criar um primeiro protótipo, a equipa do projeto “WindCredible” procura agora desenvolver o produto para aplicação real. “Quem já tem um sistema fotovoltaico não precisa de grandes acrescentos para usar estes geradores”, frisou Filipe Fernandes, esclarecendo que as miniturbinas eólicas vão produzir o equivalente a “três ou quatro painéis fotovoltaicos”.
O porta-voz do projeto salienta que este não tem como meta competir com a produção de energia solar, mas antes poder “colmatar as falhas dos painéis durante a noite". O objetivo, esclarece “é colocar uma destas turbinas em todos os telhados e em todas as comunidades”.