A procura por gás na Europa vai descer 10% este ano, uma quebra recorde provocada pela escalada dos preços, abrandamento das exportações russas e políticas para travar o consumo. A informação foi avançada pela Agência Internacional de Energia (AIE) no relatório trimestral sobre o mercado de gás.
Entre janeiro e agosto, a Europa utilizou menos 10% de gás do que no período homólogo de 2021. Esta descida deveu-se às contrações acentuadas nos setores residencial e comercial, com -12%, e em utilizações industriais, com -15%.
Por outro lado, a queima de gás para a produção de eletricidade foi semelhante à de 2021, uma vez que a seca obrigou a parar a produção de energia nas centrais hidroelétricas em países no sul da Europa e mais de metade dos reatores nucleares franceses estiveram encerrados para manutenção.
De acordo com a AIE, é esperado um corte de 54 mil milhões de metros cúbicos de gás na Europa este ano, algo que levará a uma queda de 0,8% à escala global.
O próximo ano também deverá ter cortes na utilização de gás. A AIE reconhece um elevado grau de incerteza no mercado do gás e revê em baixa as próprias previsões, estimando que a procura na Europa por gás irá diminuir mais 4% em 2023.