O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, falou à comunicação social sobre os planos do seu executivo para a exploração de gás na região, o qual poderia colmatar o deficiente fornecimento deste produto à Europa, que se verifica em consequência das sanções aplicadas à Rússia por esta ter invadido a Ucrânia.
Após ter estado reunido com o primeiro-ministro António Costa, que está de visita ao país no âmbito da V Cimeira entre Moçambique e Portugal, Nyusi confirmou estar em estudo a possibilidade de construção de uma segunda plataforma flutuante para extrair e processar gás natural da bacia do Rovuma, ao largo de Cabo Delgado.
O presidente moçambicano, citado pela agência Lusa, adiantou que já participou em encontros com empresas privadas, “italianas, francesas e seus parceiros”, dedicadas à exploração de gás, que serviram para debater as possibilidades em aberto.
Na bacia do Rovuma, onde estão concentradas algumas das maiores reservas de gás a nível mundial, existem três projetos de exploração aprovados. Dois deles (da Total e da Exxon Mobil) conduzem o gás do fundo do mar para terra, onde se processa a sua liquefação, mas estão parados devido à violência armada que se verifica na província de Cabo Delgado.
O outro projeto fica situado em alto mar, em águas territoriais de Moçambique no Oceano Índico, onde está colocada uma plataforma flutuante designada Coral Sul. A exploração de gás a partir desta plataforma foi concessionada à petrolífera BP por um período de 20 anos, existindo a opção de extensão por mais 10 anos.
Filipe Nyusi reconheceu que há uma elevada procura de gás (em especial na Europa) e que as conversações que se têm vindo a estabelecer vão no sentido de incrementar a sua produção, de forma a alimentar o continente europeu e até mesmo o africano.