O que acontece quando três engenheiros da SpaceX, de Elon Musk, resolvem revolucionar o transporte ferroviário de forma a torna-lo mais sustentável, autónomo e eficiente? Nasce uma nova empresa, a Parallel Systems.
Criada em 2020, a Parallel Systems tem o objetivo de ajudar a descarbonizar o transporte de cargas e, para isso, estão a desenvolver um veículo ferroviário, totalmente autónomo, elétrico e escalável, que neste momento está a aguardar a aprovação da patente.
Estes carros ferroviários funcionam como plataformas para contentores de carga. São completamente autónomos, elétricos, sendo que, com apenas um carregamento, conseguem percorrer até 800 km, e podem transportar até 58 mil kg de uma vez.
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Ao contrário dos comboios normais, para além de poderem formar uma grande linha de carga, com apenas um destino, podem ser divididos para irem para diferentes pontos, o que lhes dá uma grande flexibilidade. Por isso, não é necessário acumular muita carga para ser enviada toda em simultâneo, algo que pode poupar horas ou mesmo dias nos tempos de entrega.
O software criado para estes carros autónomos garante o máximo de segurança nas linhas ferroviárias. Através de um sistema baseado em câmaras, o veículo consegue travar de forma segura e autónoma cerca de dez vezes mais rápido do que um comboio. As plataformas também conseguem analisar o estado das linhas, adaptando a sua velocidade.
Com este produto, a Parallel Systems quer retirar camiões da estrada, responsáveis por cerca de 7% das emissões de gases de efeito de estufa dos Estados Unidos, e tornar as linhas ferroviárias um dos principais meios para mover carga.
A Parallel Systems recebeu agora uma ronda de fundos de 44,5 milhões de euros que servirá para contruir uma frota de plataformas ferroviárias, fazer mais testes e aumentar a equipa. Estão agora a desenvolver um software que permite às plataformas integrar, de forma segura, as operações ferroviárias já existentes. Este sistema recolhe informação para perceber quais são as melhores rotas, horários com mais trânsito e como melhorar gestão de energia.
(Fotos: Parallel Systems)