Energia

Brasil e Uruguai querem lugar de destaque na produção de hidrogénio verde

Chile parece estar na dianteira da corrida ao hidrogénio verde na América Latina, mas há dois países na mesma luta
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Fronteira Brasil com Uruguai (foto: Daniel Badra/GettyImages)
Fronteira Brasil com Uruguai (foto: Daniel Badra/GettyImages)

A indústria de produção e exportação de hidrogénio verde deverá conhecer uma verdadeira explosão em 2025, em particular na América Latina. Apesar do Chile levar algum avanço, há dois países que procuram um lugar de destaque: Brasil e Uruguai.

A América Latina pode ter um importante papel no desenvolvimento do mercado de hidrogénio verde, produzido a partir de fontes renováveis, sugerem analistas do BN Americas, especializados no acompanhamento de mercado e tendências localmente.

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Santiago do Chile (foto: Francisco Kemeny/Unsplash)

A questão pode ser fácil de entender. A elevada procura do hidrogénio, para utilização em petroquímica e produção de adubos (como a amónia), são fundamentais para a forte produção agrícola de toda a região sul-americana, mas também para a descarbonização de alguma indústria pesada carente de caminhos para o atingir.

O Chile parece estar na dianteira devido à presença de elevados recursos naturais (apesar da seca que já este ano atravessou), localização estratégica e fortes incentivos governamentais. É assim que consegue ter já um plano de investimentos de 50 milhões de dólares (48 milhões de euros) em hidrogénio verde com metas de produção de 5 gigawatts (5 GW) e valor de 1,5 dólares/Kg até 2030.

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Rio de Janeiro, Brasil (foto: Diaz G./Unsplash)

O Brasil tem uma forte apetência pelo mercado do hidrogénio e os portos de Suape, Pécem e Açu estão na mira de projetos internacionais que pretendem assegurar um lugar no plano nacional de hidrogénio aprovado em agosto. Aliás, para além do hidrogénio o Brasil está com um forte plano para os biocombustíveis.

Mas é o Uruguai que quer surpreender. Apesar de partir em posição mais atrasada tem já um pacote de investimento com objetivo de alcançar 20 GW até 2040. Para isso desenvolveu um sistema de leilões onde irá dar licenças para a exploração de energia eólica offshore e assim aproveitar todo o potencial do hidrogénio verde.

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Montevideo, Uruguai (foto: Alex Brites/Pexels)

Por outro lado, a Argentina ainda não convenceu os investidores pois o plano de hidrogénio tarde em ser aprovado. Um pouco como os vizinhos da América Central, Panamá e Costa Rica que parecem estar mais estimulados, mas ainda estão a braços com processos legislativos.

A febre do ouro negro pode ter os dias contados... vai começar a corrida ao hidrogénio verde.

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