Quase 300 cavalos garranos vão ajudar na prevenção de incêndios florestais na Serra da Cabreira, numa iniciativa que junta a REN – Redes Energéticas Nacionais, a autarquia de Vieira do Minho, a Associação de Criadores de Equinas da Raça Garrana (ACERG) e a Associação Para o Ordenamento a Serra da Cabreira (APOSC).
Será também possível apoiar na defesa da espécie que é uma das quatro raças de equino autóctones de Portugal e está no grau mais elevado de ameaça de extinção.
Cada garrano come entre 20 e 25 kg de alimento por dia. Assim, as 263 éguas e 28 garanhões que estarão nas zonas altas da serra irão fazer a limpeza diária de cerca de 7 mil quilos de vegetação, algo que terá um impacto direto na redução do risco de incêndio na Serra da Cabreira. A APOSC irá acompanhar e complementar o trabalho que não for executado pelos animais dentro dos corredores da REN.
A iniciativa inclui também a criação de um sistema de pastagens melhoradas e a plantação de espécies arbustivas autóctones em zonas selecionadas.
A REN ficará responsável pela construção de uma vedação para impedir que os cavalos possam ir para a Estrada Nacional 103, um problema já antigo na zona que tem provocado vários acidentes ao longo dos anos.
Na berma da EN 103 há carvalhos carregados de bolotas, um alimento preferencial dos garranos. As novas barreiras irão também impedir que as éguas e os garanhões procurem novos alimentos em alturas em que possa haver menos vegetação na serra.
No âmbito das suas políticas de sustentabilidade, a REN tem feito um trabalho permanente em zonas onde tem linhas elétricas e gasodutos afetos à concessão da Rede Nacional de Transporte de Eletricidade e da Rede Nacional de Transporte de Gás Natural. Nos últimos cinco anos, fez a limpeza de mais de 38 mil hectares e rearborizou mais de 2,6 mil hectares.