Sustentabilidade

Novo projeto de combate aos incêndios florestais recorre à inteligência artificial

Está a ser desenvolvido pelas empresas Nvidia e Lockheed Martin e inclui um laboratório dedicado a prever o percurso que os incêndios podem tomar
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Inteligência artificial no combate aos incêndios
Inteligência artificial no combate aos incêndios


O fabricante de chips Nvidia e o gigante aeroespacial Lockheed Martin juntaram-se no desenvolvimento de um projeto de combate aos incêndios florestais com recurso à inteligência artificial (IA). As duas empresas estão a trabalhar em conjunto com os serviços estatais e federais de combate a incêndios dos Estados Unidos e estão a criar um laboratório dedicado a prever o percurso tomado pelos incêndios.

Tendo em conta a enorme devastação causada pelos incêndios florestais nos últimos anos, especialmente na região oeste dos Estados Unidos – o National Interagency Fire Center contabiliza mais de 48 mil incêndios ocorridos este ano até à data, os quais afetaram uma área superior a 2,4 milhões de hectares – as duas empresas acharam que era necessário introduzir novos instrumentos e novos métodos para os manter sob controlo.

Como tal, vão avançar para a criação de um laboratório em Silicon Valley, onde combinarão o software de deteção em tempo real e as capacidades de IA da Lockheed Martin, com o hardware da Nvidia e a sua plataforma Omniverse para prever a propagação dos incêndios.

Em concreto, esta plataforma usará os dados recolhidos para simular a forma como um incêndio é suscetível de se propagar, incluindo como este se moverá sobre tipologias de terrenos diferentes e a que velocidade.

Tanto a Nvidia como a Lockheed Martin estão conscientes da dificuldade que é prever o caminho que um incêndio irá tomar. Por esse motivo, e por forma a ser o mais preciso possível, o software que estão a desenvolver necessita de ter em conta dados sobre a topografia, o combustível (o que está a ser queimado), a direção e a velocidade do vento, e a deteção em tempo real de onde se encontra o incêndio.

Depois de todas as variáveis consideradas, é então altura do seu modelo de IA proceder aos cálculos. Por fim, a simulação 3D que daí resulta permitirá aos bombeiros planearem a melhor forma de se anteciparem a um incêndio e impedirem a sua propagação.

Os testes realizados até ao momento visaram comparar as previsões do modelo de IA com recriações simuladas de incêndios reais ocorridos no passado. E os resultados são promissores ao nível da velocidade e precisão, comparativamente aos métodos que atualmente estão ao dispor das várias entidades de combate a incêndios.

(Fotos: O. Stern, M. Chesin e T. Seidl/Unsplash)

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