Dados do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), revelam que em 2022 registaram-se cerca de 1.700 acidentes de trotinete um aumento de quase 80% face a 2021.
Este é um dos pontos de partida que leva a associação Novamente, de apoio às vítimas de traumatismos crânio encefálicos (TCE) e às suas famílias, a lançar uma petição pública para tornar obrigatório o uso de capacetes em trotinetes.
Em comunicado a Novamente refere que os acidentes com trotinetes elétricas são “um sério problema de saúde pública” e que “uma queda a 20Km/h sem capacete pode provocar lesões cerebrais graves e a morte”.
A Novamente quer apresentar o requerimento à Assembleia da República para que esta regulamente aquela obrigatoriedade, até porque as autoridades também reconhecem o problema.
"Onde andas com a cabeça? Num acidente, só o capacete pode evitar o traumatismo” - A mensagem inscrita num cartaz de divulgação da petição, sob uma imagem de uma queda, pretende chamar a atenção para os números do INEM: 1.691 acidentes de trotinete, 78% superior ao ano anterior e uma média de 141 acidentes mensais.
A associação refere ainda que “O número de vítimas graves destes acidentes também aumentou, nomeadamente (…) vítimas que apresentam lesões crânio encefálicas e as que necessitam de cuidados intensivos”.
A Novamente é uma associação sem fins lucrativos criada por pais, médicos e amigos de traumatizados crânio-encefálicos e considera que as trotinetes têm “inquestionáveis vantagens para o meio ambiente”, são “muito práticas” para quem vive nas cidades, mas nota que “na sua utilização muitas vezes são negligenciadas as normas de segurança” e chama a atenção para “as consequências económico-sociais”, quer para as famílias, quer para a sociedade daquelas lesões.