Mobilidade

Trotinetes elétricas de aluguer podem vir a ser proibidas em Paris

No próximo dia 2 de abril os habitantes de Paris poderão decidir se querem ou não trotinetes elétricas de aluguer a circular na cidade
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Trotinete junto ao Petit Palais, Paris (foto: Steve McDonald/Flickr)
Trotinete junto ao Petit Palais, Paris (foto: Steve McDonald/Flickr)

Depois de muita controvérsia e discussão pública os parisienses vão ser convidados a votar para decidir o futuro das trotinetes elétricas de aluguer na capital francesa. O referendo público municipal irá decorrer já no próximo dia 2 de abril de 2023.

Em recente entrevista ao Le Parisien, Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris reconhece que o tema da micromobilidade partilhada divide opiniões, mas que face aos constantes problemas causados pelas trotinetes é altura de dar voz aos habitantes da cidade luz.

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Anne Hidalgo, Presidente da C.M.Paris (foto: Jaques Paquier/Flickr)

Hidalgo assume que ela própria está inclinada para uma proibição total da atividade de aluguer ao mesmo tempo que assegura que a votação não irá impactar as trotinetes particulares (que poderão manter-se em circulação), mas reconhecendo opiniões divergentes optou por dar voz aos residentes em referendo a realizar dia 2 de abril em toda a cidade.

A pergunta será simples: "Continuamos ou não com trotinetes elétricas de aluguer?"

O problema de Paris é idêntico ao mesmo pelo que passam atualmente tantas outras capitais europeias e mundiais. O desrespeito por regras básicas do código da estrada, de conduta e civismo tem tornado um verdadeiro caos as estradas, passeios, acessos a monumentos e até o fundo do rio Sena, onde vão parar inúmeras trotinetes.

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Trotinete abandonada no Louvre, Paris (foto: Timea Kadar/Pexels)

Uma proibição tornaria Paris uma exceção entre as grandes cidades mundiais, mas seja qual for a decisão dos cidadãos a questão já está a provocar uma séria discussão sobre as regras e vantagens da micromobilidade partilhada. O tema está lançado.

Os entusiastas da micromobilidade defendem que as trotinetes elétricas partilhadas mudaram o panorama da cidade para melhor. Os cidadãos deslocam-se mais rápido e de forma mais ecológica numa cidade cujos transportes públicos circulam normalmente sempre muito cheios. Defendem ainda que em termos de emissões poluentes as trotinetes elétricas são uma opção racional aos automóveis.

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Trotinete elétrica no passeio, 14ºBairro, Paris (foto: B. Mazeno/Unsplash)

Em setembro de 2022, a France24 noticiou que a autarquia de Paris ameaçou os três operadores locais (Dott, Lime e Tier) com a não renovação das licenças, que expiram em março deste ano caso não limitassem a condução imprudente e outros desvios de regras.

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Trotinetes no passeio em La Defense, Paris (foto: Gilbert Sopakuwa/Flickr)

Dois meses depois os vários operadores apresentaram uma série de melhorias sugeridas, incluindo equipar as E-scooters com placas de identificação o que permite rastreio do condutor infrator, por exemplo, na passagem por um sinal vermelho.

Trotinete em Paris - Away
Trotinete abandonada na Place des Vosges, Paris (foto: Big Dodzy/pexels)

Para além disso os operadores acordaram em implementar tecnologia que limita a utilização das trotinetes a único utente já que a utilização por duas pessoas em simultâneo é recorrente.

Em declarações à Agência France Press, David Belliard, responsável pelo pelouro local de mobilidade, alinha com as ideias da Presidente e vai mais longe referindo que tem vários feedbacks negativos da população e que a análise custo/benefício é prejudicial à cidade.

A decisão está agora nas mãos dos habitantes de Paris. Dia 2 de abril a realidade de Paris pode mudar.

 

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