Sustentabilidade

Vais beber um café? As cápsulas podem não ser a pior opção para o ambiente

Pior do que a pegada ambiental das cápsulas e dos filtros que usamos para fazer o tão querido café, só mesmo a dos próprios grãos
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Nos últimos anos, as cápsulas de café têm-se tornado o método mais comum para tirar a bebida quente. E apesar de práticas, não são fáceis de reciclar e representam um problema para o ambiente. Mas um novo estudo parece mostrar que se calhar as cápsulas não são assim tão má opção na hora de preparar café.

Investigadores da Universidade do Quebec, no Canadá, analisaram o impacto ambiental de se preparar 280 ml de café utilizando quatro métodos diferentes: com filtro tradicional, cápsulas, prensa francesa e solúvel. O que fazia aumentar (ou diminuir) as emissões de CO2 não era o método escolhido, mas sim a quantidade de pó de café.

Café - AWAY
Quantidade de pó de café é o que altera pegada carbónica (foto: Nathan Dumlao/Unsplash)

Os investigadores concluíram que grande parte das emissões é feita durante o processo de produção do café, antes ainda de este ser torrado. Isto porque a planta necessita de muita água, fertilizantes e pesticidas para se desenvolver e dar o grão.

Para se fazer uma chávena com 280 ml, numa utilização ideal, uma pessoa utilizaria 25 gramas de café com o método tradicional de filtro, 14 gramas com as cápsulas, 17 gramas com a prensa francesa e 12 gramas com café solúvel.

Com exceção das cápsulas que têm uma quantidade fixa de café, raras vezes as pessoas usam as quantidades recomendadas.

A maneira com mais emissões de se preparar café é a tradicional com filtro, e não as cápsulas.

Deves estar a questionar-te o porquê de o café filtrado ser o com maior pegada carbónica, até porque à partida não provoca muito lixo. O problema é que é o que usa mais quantidade de café.

Prensa francesa de café - AWAY
Café na prensa francesa (foto: Helena Lopes/Unsplash)

Agora, qual é o método com menos emissões? Depende. Se forem utilizadas as quantidades de água e café recomendadas, é o café solúvel. Este é o que precisa de menos pó, usa menos eletricidade e não produz lixo.

O resultado é diferente quando é tido em consideração que a maioria das pessoas usa mais 20% de café e aquece mais água do que a necessária. Neste caso, o método mais sustentável são as cápsulas, mesmo considerando o desperdício da embalagem.

A melhor forma de se reduzir a pegada ambiental do café que bebemos é mesmo reduzir o seu consumo.

Se tal não for possível, o melhor então é ter cuidado com as quantidades na hora de se preparar a bebida e fazer a correta separação das embalagens e cápsulas, optando sempre que possível pelas compostáveis ou reutilizáveis.

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