Um estudo levado a cabo por um grupo de investigadores levou-os a sugerir que os produtores de combustíveis fósseis sejam obrigados a capturar o dióxido de carbono (CO2) emitido pela utilização dos seus produtos.
De acordo com um artigo divulgado na revista científica Environmental Research Letters, a equipa de cientistas propõe estender à indústria do petróleo, do gás e do carvão o princípio da responsabilidade alargada do produtor.
Ainda que apenas em determinados setores, o sistema de gestão de resíduos que contempla a captura de CO2 está em funcionamento em França, o que torna os produtores responsáveis pela gestão dos resíduos resultantes dos seus produtos.
Para Myles Allen, coautor do estudo e professor na Universidade de Oxford, o artigo científico em questão é uma resposta à crise climática que o mundo enfrenta, pelo que é fundamental tirar conclusões a partir daí.
O cientista refere ainda que é necessário impedir que os combustíveis fósseis “contribuam para o aquecimento global antes de o mundo deixar de os utilizar” e sublinha que os produtores de energias fósseis têm de assegurar a eliminação do CO2 emitido pelos seus produtos, com a aplicação progressiva de uma obrigação de recuperar o carbono.
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Para isso, o CO2 seria capturado na fonte ou recapturado no ar para ser armazenado no subsolo, com uma obrigação crescente de atingir o equivalente a 100% do CO2 emitido até 2050, data prevista para alcançar a neutralidade carbónica na União Europeia.
Atualmente, já se procede à captura do dióxido de carbono no ar, porém numa escala reduzida, em virtude da falta de financiamento. Na Islândia, onde existe a maior instalação deste género, é necessário um ano para se conseguir eliminar o CO2 que é produzido no mundo em segundos.
O Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), pertencente à Organização das Nações Unidas (ONU), prevê que o mundo terá de recorrer à captura e armazenamento de CO2, independentemente daquela que seja a velocidade da redução da emissão de gases com efeito de estufa.