Sustentabilidade

Cientistas advertem que limitar o aquecimento global implica ação imediata

Grupo de trabalho das Nações Unidas conclui que é fundamental reduzir 43% das emissões de gases com efeito de estufa até 2030
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Aquecimento global
Aquecimento global

Se as emissões de gases com efeito de estufa a nível global forem reduzidas em 43% até 2030, atingindo o pico, o mais tardar, antes de 2025, é possível limitar o aquecimento global a 1,5 graus centígrados até ao fim do século. Quem o diz são os cientistas do painel intergovernamental das Nações Unidas, no âmbito da apresentação das conclusões do grupo de trabalho criado para estudar as alterações climáticas.

Para conseguir limitar o aquecimento global a 1,5 graus até 2100 é preciso agir com rapidez e firmeza, o que implica obter reduções imediatas e profundas das emissões em todos os setores, salienta o painel. Os cientistas envolvidos defendem que a redução para metade até ao fim da década, só por si, não será suficiente para evitar que aquele valor seja ultrapassado.

De acordo com o grupo de trabalho, a solução para evitar a escalada nas emissões de gases poluentes passa por “apostar em grandes transições no setor energético”, através de uma “redução substancial no uso de combustíveis fósseis, eletrificação generalizada, aumento de eficiência energética e uso de combustíveis alternativos, como hidrogénio”.

O painel de cientistas defende que, desta forma, seria possível reduzir as emissões entre 40% e 70% até 2050.

A redução das emissões e a tão desejada neutralidade – que deveria acontecer no princípio da década de 2050 para limitar o aquecimento global até 1, 5 graus até ao fim do século – enfrentam vários obstáculos.

Desde logo, salienta o grupo de trabalho, a falta de investimento na descarbonização. Este estima que o financiamento é três a seis vezes inferior ao que seria preciso até 2030 para limitar o aquecimento abaixo dos 2ºC, ainda que haja “capital global e liquidez suficiente”.

Apesar de ser necessário que governos e setor privado reforcem o investimento em energias com menos emissões e maior eficiência, o presidente do painel, Hoesung Lee, sente-se “encorajado pela ação climática de muitos países”. O sul-coreano salienta que algumas políticas estão a ser muito eficazes e podem ajudar a obter reduções profundas e a estimular a inovação, caso sejam implementadas em larga escala.

No caso da gestão das cidades, o painel de cientistas destaca a existência de oportunidades significativas para a redução de emissões de gases com efeito de estufa. Torná-las compactas e caminháveis e apostar na oferta de transportes públicos elétricos são, na sua opinião, soluções viáveis e eficazes.

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