Sustentabilidade

António Guterres: compromissos ambientais atuais vão aumentar emissões

Na conferência “Dar energia ao mundo e preservar o planeta”, o secretário-geral da ONU alertou para importância de agir para evitar catástrofe
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António Guterres, secretário-geral ONU (Maxim Shemetov, Pool via AP)
António Guterres, secretário-geral ONU (Maxim Shemetov, Pool via AP)

Foi no âmbito da conferência “Dar energia ao mundo e preservar o planeta”, organizada pelo Clube de Lisboa, a 21 e 22 de fevereiro, que António Guterres, o secretário-geral das Nações Unidas, deixou o alerta de que as alterações climáticas apenas poderão ser revertidas com uma “avalanche de ação no mundo.

Numa mensagem enviada à conferência, o antigo primeiro-ministro português frisou que “prevê-se que as emissões globais aumentem quase 14 por cento ao longo desta década”, acrescentando que “isso significa catástrofe”.

O alerta não é novo. Já na COP26, que ocorreu em Glasgow, em novembro de 2021, António Guterres utilizou algumas palavras fortes para mostrar que caminhamos para um futuro pouco sorridente: “É tempo de dizer chega. Estamos a cavar as nossas sepulturas”. O alerta agora volta a repetir-se ainda que por outras palavras.

Durante a conferência promovida pelo Clube de Lisboa, o secretário-geral da ONU referiu que “está na altura de entrar em modo de emergência”. Para isso, acredita ser essencial cortar subsídios à exploração de combustíveis fósseis, acabar com o carvão como fonte de energia, taxar as emissões de CO2 e apoiar financeira e tecnologicamente os países que ainda dependem do carvão.

O objetivo é limitar até 2050 o aquecimento global a 1,5 graus acima da temperatura média global pré-industrialização, e quanto a isso, o secretário-geral da ONU refere que é importante que todas as indústrias – incluindo o transporte marítimo e aviação – tenham metas concretas para 2030 e que alcancem a neutralidade carbónica até 2050.

De forma mais geral, António Guterres alerta que os países devem reduzir em 45% as suas emissões até 2030 e ter zero emissões até 2050.

As perturbações climáticas já estão presentes e quem é mais impactado por elas são “pequenas nações insulares, países menos desenvolvidos e povos vulneráveis em todo o lado, que estão a um choque do apocalipse".

A quatro meses da conferência dos oceanos das Nações Unidas, em Lisboa, Guterres destacou ainda que é preciso “salvar o oceano para salvar o futuro”.

(Fotos: Unsplash)

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