Sustentabilidade

Estudo revela que poluição do ar afeta mais as pessoas de baixo rendimento

Análise à qualidade do ar em Bruxelas demonstra que o estatuto socioeconómico das pessoas impacta na relação com a poluição
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Qualidade do ar em Bruxelas
Qualidade do ar em Bruxelas

Um projeto de análise de qualidade de ar que contou com a participação dos habitantes de Bruxelas, na Bélgica, ajudou a perceber que, apesar da qualidade do ar ter melhorados substancialmente nos últimos anos, os bairros socioeconomicamente mais vulneráveis estão mais expostos à poluição

A iniciativa foi conduzida pela CurieuzenAir, um projeto belga de ciência cidadã sobre qualidade do ar, de 25 de setembro a 23 de outubro de 2021 e incluiu a participação de três mil residentes que instalaram tubos de medição no exterior das casas para que fosse possível analisar a concentração de dióxido de nitrogénio (NO2) no ar.

Pelo elevado número de participantes, as conclusões retiradas permitem estimar a exposição de todos os habitantes de Bruxelas.

Para a análise dos valores, foram tidos em consideração os limites médios anuais da União Europeia (UE) de 40 µg m-3 e da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 10 µg m-3.

Nas análises dos dados, concluiu-se que 1,4% da população está exposta a níveis de NO2 superiores ao limite da UE e que 98,6% está exposto a níveis de poluição superiores aos limites da OMS. Ainda assim, o número de zonas expostas a mais de 40 µg m-3 é o mais baixo desde sempre, o que demonstra uma melhoria na qualidade do ar.

De acordo com o relatório da CurieuzenAir, o que levou a esta redução dos níveis de poluição tem sido a tecnologia que tem avançado para responder aos objetivos de emissões impostos pela EU, assim como a diminuição de trânsito estimulada pelo teletrabalho, pela criação de zonas sem trânsito e pelas deslocações em bicicleta.

Uma das conclusões mais flagrante é a que existe um padrão de desigualdade de ar, havendo uma ligação estre o estatuto socioeconómico dos habitantes e a qualidade do ar na zona em que habitam.

O que se verificou é que zonas com densidade populacional maior têm concentrações superiores de NO2 no ar. Por outro lado, pessoas com rendimentos superiores vivem em zonas em que a qualidade do ar é superior, apesar de haver mais automóveis.

Apesar do estudo ter sido feito a nível local, em Bruxelas, a CurieuzenAir acredita que as conclusões se aplicam a outras cidades europeias, já que demonstram que há um impacto positivo na qualidade do ar que é resultado das políticas impostas pela UE.

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