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Doenças infeciosas estão a propagar-se devido a alterações climáticas

O impacto das alterações climáticas vai muito além de questões ambientais
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Cientista em laboratório (foto: Julia Koblitz/Unsplash)
Cientista em laboratório (foto: Julia Koblitz/Unsplash)

O impacto das alterações climáticas vai muito além de questões ambientais, sendo também responsável pela propagação de doenças. Uma equipa de especialistas alertou para a propagação de agentes patogénicos nocivos associados às mudanças no clima.

Publicado no JAMA: The Journal of the American Medical Association, o estudo salienta a importância de preparar a comunicada médica para estas doenças e de tomar medidas para combater o aquecimento global.

Médico - AWAY
Médicos têm de se preparar para a mudança no panorama das doenças infeciosas (foto: Unsplash)

Os médicos precisam de estar preparados para lidar com as mudanças no panorama das doenças infeciosas”, afirmou o autor principal do texto, George R. Thompson, realçando que “aprender sobre a ligação entre as alterações climáticas e o comportamento das doenças pode ajudar a orientar o diagnóstico, o tratamento e a prevenção de doenças infeciosas”.

De acordo com o também professor de medicina na Universidade da Califórnia, os médicos devem manter “um elevado índice de suspeita de doenças em movimento”.

Que doenças se estão a propagar mais devido às alterações climáticas?

As doenças infeciosas podem ser provocadas por vírus, bactérias, fungos ou parasitas, sendo muitas delas transmitidas de animais para humanos ou entre humanos. Entre as doenças infeciosas, salientam, estão as doenças transmitidas por vetores (mosquitos, pulgas e carraças), como a dengue, a malária e o vírus Zika.

A alteração dos padrões de precipitação está a aumentar o alcance dos vetores e os seus períodos de atividade, segundo o estudo. Invernos mais curtos e quentes e verões mais longos estão também associados a um maior número doenças transmitidas por vetores.

Também os mosquitos que transmitem a malária estão a expandir-se para norte devido às alterações climáticas. A alteração dos padrões de precipitação conduziu a um maior número de mosquitos e a uma maior taxa de transmissão da doença.

“Uma das coisas mais assustadoras que aconteceu no verão passado foram os casos de malária adquiridos localmente [nos Estados Unidos]. Vimos casos no Texas e na Florida e depois a norte, em Maryland, o que foi realmente surpreendente. Aconteceu com pessoas que não viajaram para fora dos Estados Unidos”, lembrou.

Mosquito - AWAY
mosquitos que transmitem a malária estão a expandir-se para norte (foto: Jimmy Chan/Pexels)

As alterações nos padrões de precipitação e na temperatura da água costeira também podem afetar a propagação de doenças transmitidas pela água, como a E. coli e o vibrião colérico.

O estudo apontou também para o aparecimento de novas infeções fúngicas, como a Candida auris (C. auris), e para alterações na localização de alguns agentes patogénicos fúngicos.

Os especialistas recordaram que, nos últimos anos, as doenças infeciosas, como a covid-19, tiveram um enorme impacto no mundo.

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