A Grande Barreira de Coral da Austrália está a ser afetada pelo sétimo grande branqueamento desde 1998. Esta deterioração é associada às alterações climáticas, afirmaram as autoridades do país.
O episódio de branqueamento maciço, que é, na prática, a morte dos corais, foi confirmado por cientistas que trabalham para o Governo da Austrália depois de ter sido realizado um levantamento aéreo em 300 recifes rasos.
A Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral (GBRMPA, na sigal em inglês) disse que o branqueamento é generalizado desde o começo do verão no hemisfério sul, entre o início de dezembro e o final de fevereiro.
“As alterações climáticas são a maior ameaça à Grande Barreira de Coral e aos recifes de coral a nível mundial”, afirmou o cientista chefe da GBRMPA, Roger Beeden.
A GBRMPA referiu que o branqueamento afetou a maioria dos corais mais próximos da superfície do mar, mas acrescentou que são necessários mais estudos para avaliar a gravidade e a extensão do branqueamento da Grande Barreira.
Casa de 400 tipos de corais, 1500 espécies de peixes e quatro mil variedades de moluscos, a Grande Barreira começou a deteriorar-se nos anos 1990 devido ao impacto do aquecimento da água do mar e ao aumento da acidez pela crescente presença de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
O branqueamento é causado pelo aumento da temperatura da água, algo que leva à expulsão de algas, com as quais os corais mantêm uma relação simbiótica e que satisfazem 90% das necessidades energéticas, e que dão ao coral a cor brilhante.
Este fenómeno ocorre quando as temperaturas subaquáticas excedem a média de longo prazo em mais de 1ºC.
As temperaturas dos oceanos ao longo da Grande Barreira de Coral, com uma área de 344.400 quilómetros quadrados, atingiram níveis recordes nas últimas semanas, de acordo com dados oficiais.
As ondas de calor oceânicas causaram um enorme branqueamento de corais na Grande Barreira em 1998, 2002, 2016, 2017, 2020 e 2022.
Um relatório da Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e da União Internacional para a Conservação da Natureza, divulgado em novembro de 2022, recomendou que a Grande Barreira de Coral seja incluída numa lista de locais em perigo.
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O documento alertou para a necessidade de uma ação "ambiciosa, rápida e sustentada", sem a qual o maior recife do mundo, incluído na lista do Património Mundial da UNESCO em 1981, está em perigo.