Plasticosis – assim se chama uma nova doença que afeta aves marinhas, agora descoberta pela comunidade científica. Vítimas dos milhões de partículas de plástico que todos os dias vão parar aos oceanos e que acabam por ingerir, os animais enfrentam graves problemas de crescimento e sobrevivência.
Identificada por cientistas do Museu de História Natural de Londres, em colaboração com outros investigadores, a plasticosis caracteriza-se por cicatrizes no trato digestivo das aves marinhas provocadas pela ingestão de plásticos.
A partir do estudo das Pardelas-de-patas-rosadas que habitam a Ilha Lord Howe, localizada a 600 km da costa da Austrália, descobriu-se que aves de todas as idades tinham marcas no trato digestivo devido à ingestão daquele material.
Os cientistas concluíram que a doença pode danificar as glândulas tubulares na primeira parte do estômago das aves, inibindo a sua capacidade de digerir os alimentos, mas admitem até que a ingestão de plástico possa afetar outras partes do corpo, tais como os pulmões.
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Perante as evidências sobre a débil saúde das aves marinhas analisadas, os investigadores não têm dúvidas em afirmar que o consumo de plástico pode causar danos graves no sistema digestivo destas aves, com um dos autores a frisar que embora estas pareçam saudáveis por fora, tal não acontece por dentro.