A crise das matérias-primas que se está a fazer sentir um pouco por todo o mundo parece estar a provocar um aumento no desvio de equipamentos elétricos. Em Portugal, o Electrão – Associação de Gestão de Resíduos verificou que, nos últimos dois anos, três em cada quatro eletrodomésticos usados acabam no mercado paralelo.
Desde 2020 que a Electrão acompanhou o percurso em tempo real de 104 eletrodomésticos usados depois destes terem sido colocados na via pública e nos circuitos municipais, por 33 concelhos e dez distritos. Esta iniciativa faz parte do projeto “Weee-Follow” da empresa.
Para a análise, foram instalados GPS em equipamentos das tipologias mais procuradas nos mercados paralelos, como frigoríficos, torres de computadores, máquinas de lavar e fogões.
Esta análise permitiu verificar que 75% dos eletrodomésticos não seguem o percurso que deveriam para poderem ser descontaminados e reciclados.
A grande maioria acabou em locais onde não existem operadores de gestão de resíduos licenciado. Houve ainda uma percentagem de equipamentos que fizeram um percurso alternativo – passando por casas particulares e outros locais -, antes de serem encaminhados para operadores licenciados.
O Electrão refere que o mercado paralelo não é um fenómeno novo e que o crescimento desta realidade tem um impacto negativo nos resultados de reciclagem a nível nacional.
Electrão reciclou mais equipamentos elétricos usados em 2021 do que em 2020
Para tentar minimizar este problema, a Electrão tem feito recolha de equipamentos elétricos usados porta-a-porta em alguns pontos da Área Metropolitana de Lisboa, em complemento com a recolha municipal na via pública.