Opinião
Luís Lobo e Silva
Sócio Fundador da Focus2Comply. Ao longo dos últimos quase 30 anos, a sua experiência profissional incidiu na gestão, planeamento estratégico, desenvolvimento de negócios e formação de equipas com competências em TIC, Governança, Risco e Compliance, tendo sido fundador e promotor de empresas de consultoria tecnológica. Também fundador e promotor do cluster de Governance no Ciberespaço.

Cibersegurança na era das Smarticities: A IA não é cognitiva

Existem já vários estudos e relatórios a nível internacional a apontar as principais tendências paras as cidades do futuro
Texto
Smartcities do futuro aceleram investimentos
Smartcities do futuro aceleram investimentos

Não existe privacidade de dados sem segurança no ciberespaço e num momento em que a tendência das cidades do futuro aponta para commodities cada vez mais assentes em inteligência artificial, importa sempre relembrar que a tecnologia que suporta a segurança no espaço digital será sempre vulnerável, na medida em que não é cognitiva. Quanto mais não seja porque a percepção resulta da capacidade individual de cada ser em assimilar e relacionar conhecimento adquirido e a percepção de quem desenvolveu a tecnologia, não será certamente a mesma de quem a tentará explorar e vice-versa.

Existem já vários estudos e relatórios a nível internacional a apontar as principais tendências paras as cidades do futuro, no entanto existe um incontestável denominador comum: colaboração. Colaboração entre os diversos silos de informação, enquanto agentes de um ecossistema digital comum, entre entidades públicas, privadas, de emergência e o próprio cidadão. Referi num outro artigo meu recentemente que a IoT (Internet of Things) e o BYOD (Bring your own device) têm este desafio: colaboração e segurança. Sendo a própria vulnerabilidade humana um dos factores que, com a utilização de recursos digitais muitas vezes explorados com perfis e informação pessoais, mais potencia este efeito, a tecnologia não resolve por si só as questões da segurança da informação, devendo estas serem endereçadas de forma holística sobre Pessoas-Processos-Tecnologia.

Importa portanto olhar à Governance no Ciberespaço e preconizar modelos de gestão e de boas prácticas de carácter operacional, preventivo, de avaliação e melhoria contínua, assentes em análises de risco e em conformidade com requisitos legais, regulamentares, sectoriais e reputacionais, no caso aplicados à gestão da segurança da informação que de alguma forma está exposta ao espaço digital.

Esta é uma matéria que ajudará também a ajustar as necessidades de futuro em termos de percursos profissionais e laborais, pelo que é um espectro largo de stakeholders que se deve coordenar e que passa pelos Estados, pelas empresas e instituições públicas, academia, profissionais de estudo comportamental e pelo próprio cidadão. Uma estratégia para endereçar estas matérias, tem de assentar em pressupostos mais estruturais e globais de resiliência, análise comportamental, educação e segurança.

Aos Estados cabe também, a bem da literacia digital, promover programas nas diversas faixas etárias, com um reforço nos conteúdos programáticos para os mais jovens nas escolas com a inclusão dos ciclos primários. Nas empresas, importa o reforçar de acções (além de formação) de sensibilização por forma a despertar colaboradores para os riscos a que estão expostos na forma de tratarem informação, seja em equipamentos da empresa, seja em equipamentos próprios e/ou partilhados muitas vezes utilizados numa vertente profissional e pessoal.

Este tem sido um dos desafios da Focus2Comply desde a sua constituição e pretende ser também um desígnio do cluster GRCC (Governance, Risk & Compliance no Ciberespaço) que se prevê tenha a sua primeira intervenção através de uma conferência alargada no primeiro trimestre de 2022.

Luís Lobo e Silva escreveu a convite da AWAY Magazine

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