Opinião
André Mendes
Concebido logo após o 25 de abril de 1974 e nascido em Lisboa, refugiou-se na Ajuda para passar o seu primeiro quarto de século. Quando a família cresceu, mudou para a outra margem do Tejo e foi viver para perto da praia e para longe do trânsito. Já teve dois filhos, plantou uma árvore e escreveu milhões de carateres desde que entrou no mundo do jornalismo automóvel há mais de 20 anos, porque conduzir é uma das suas maiores paixões.

Há marcas e modelos que deviam ter apenas uma cor disponível

O tema das cores nem sempre foi um dos mais falados no mundo automóvel, mas há combinações que deviam ser obrigatórias
Texto
Cores nos automóveis
Cores nos automóveis

É tudo uma questão de gosto, poderá desde já dizer. E tem toda a razão. A escolha da cor para um determinado modelo tem apenas e só a ver com a pessoa que o vai comprar e que é livre de escolher aquela que bem entender, mesmo que seja um Bentley Cor de Rosa. A verdade é que 39% dos carros que se encontram em circulação em todo o planeta são brancos. E se juntarmos os 500 tons de cinzento, prata e preto, temos outra fatia de 39 por cento. E isto não sou eu que digo, é um estudo da BASF divulgado em 2019.

Ou seja, praticamente 80 por cento dos carros deste planeta têm cores monocromáticas e desinteressantes na grande maioria dos casos.

Os tons mais vivos surgem apenas com os 9% dos carros que são azuis e com os 7% que são vermelhos, deixando as restantes cores nos seis pontos percentuais que faltam. Uma verdadeira seca monocromática, ainda que, obviamente, haja exceções.

Uma delas é o tom branco utilizado em qualquer Honda com a sigla Type-R. É claro que há outros tons que também ficam bem nesses modelos, mas o Championship White dos Civic, Integra ou mesmo do NSX-R comercializado no Japão são algo de fantástico. Aliás, esta é uma das grandes exceções, que segue na perfeição o código de cores por países usados desde há algumas décadas. Todos os carros japoneses eram brancos, por causa da bandeira e tinham um círculo vermelho no capot que, no caso dos Honda Type-R é simbolizado no logo da marca com o fundo em vermelho. Outro dos países que também utilizava o branco era os Estados Unidos da América, mas com duas faixas em azul-escuro ao longo de toda a carroçaria. Quem não se lembra dos modelos desenvolvidos por Carroll Shelby precisamente com esta escolha de cores ou com o padrão inverso?

Outra exceção nos tons monocromáticos é o Cinzento Prateado utilizado pelos alemães e que ainda hoje gostamos de ver em qualquer “Silver Arrow” desenvolvido pela Mercedes-AMG ou nos modelos da Porsche. Esta última, no entanto, tem sido bastante arrojada nos últimos tempos, oferecendo cores mais radicais no seu catálogo como o Racing Yellow, o Lava Orange, o Python Green ou o Shark Blue e até um tom de cinzento designado apenas por Chalk, que parece ficar bem em qualquer modelo.

Outra das marcas que tem arrojado bastante com as cores dos seus modelos é a Lamborghini e só os nomes de alguns tons já parecem seduzir. Mais do que gostar da cor, adoro falar sobre o Viola Alethia, o Verde Scandal, o Blu Eleos ou o Arancio Borealis, ainda que a Lamborghini seja daquelas marcas que associo sempre ao amarelo, tal como associo sempre o vermelho às criações de Enzo Ferrari. Mas neste caso, no entanto, há modelos que ficam incríveis no seu Giallo Modena.

Nos tons oficiais de competição, os italianos ostentavam sempre o seu Rosso Corsa, da mesma forma que os franceses tinham o Bleu de France (que fica lindo em qualquer Bugatti, Alpine ou Renault Gordini) e os ingleses não dispensavam o seu British Racing Green que ainda hoje associamos a tantos modelos da Aston Martin e da Jaguar. Já um McLaren, a escolha mais óbvia para mim seria o McLaren Orange em combinação com fibra de carbono.

 

Concebido logo após o 25 de abril de 1974 e nascido em Lisboa, refugiou-se na Ajuda para passar o seu primeiro quarto de século. Quando a família cresceu, mudou para a outra margem do Tejo e foi viver para perto da praia e para longe do trânsito. Já teve dois filhos, plantou uma árvore e escreveu milhões de carateres desde que entrou no mundo do jornalismo automóvel há mais de 20 anos, porque conduzir é uma das suas maiores paixões.

 

 André Mendes, escreve esta crónica a convite da AWAY Magazine.

 

 

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