Sustentabilidade

Hambúrguer, bifes de vaca e até filetes de peixe impressos em 3D

Steakholder Foods desenvolveu técnica que permite imprimir em 3D carne e peixe a partir de células estaminais
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Estás preparado para comer carne e peixe impresso em 3D? Parece uma ideia futurística, até louca, mas está muito próximo de ser uma realidade. A Steakholder Foods já está a trabalhar na tecnologia e depois de ter começado por trabalhar carne, já imprimiu filetes de peixe.

Carne feita em laboratório não é um conceito propriamente novo. Já falámos da Upside Foods que promete alimentar milhares de pessoas com apenas uma galinha. O conceito da Steakholder é semelhante. A grande diferença é que células animais transformam-se numa bio-tinta para dar forma ao bife, ao hambúrguer ou ao filete.

Para a empresa de origem israelita, tudo começa nas células estaminais. Depois de selecionadas e recolhidas a partir das carnes com mais qualidade e que terão o melhor sabor, as células são depositadas em recipientes próprios para que possam crescer e reproduzir-se.

Bife 3D - AWAY
Bife impresso em 3D (foto: Shlomi Arbiv/Steakholder Foods)

O passo seguinte é, na teoria, simples. Quando se atinge o número ideal, separam-se as células de músculo das de gordura e cria-se a tinta biológica. Depois de impressas numa impressora 3D – semelhante às usadas para imprimir casas, por exemplo -, as peças de carne são incubadas para ficarem com a densidade, grossura e tamanho ideais.

Inicialmente, a Steakholder começou por trabalhar apenas carnes, mas agora já foi mais longe e já se aventurou no mundo do pescado. Em junho de 2022 fez uma parceria com a Umami Meats, uma empresa de frutos do mar, que passou a recolher células de garoupa para serem usadas na impressão de peixe.

A primeira impressão de peixe foi feita em abril deste ano e o resultado foi um filete que, depois de cozinhado, não é muito diferente do que vem de um animal pescado no mar.

Em termos ambientais, esta solução de imprimir carne e peixe é genial. Se a carne é feita em laboratório, deixa de ser necessário gastar tanta água e tanta terra para criar gado. Também as emissões de gases com efeito de estufa da agropecuária baixam substancialmente.

Além disso, se for possível produzir milhões de cortes de carne e peixe em laboratório, não será necessário abater tantos animais para consumo.

Por enquanto, esta carne impressa não está ainda disponível num supermercado ou mesmo para encomenda online. Mas o objetivo é torná-la uma solução comum e fazê-la chegar a milhões de pratos pelo mundo fora.

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