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Pássaros estúpidos? Afinal não! Pombos agem como modelos de IA

Os pombos aprendem de forma muito eficiente num caminho similar aquilo que é utilizado pelos sistemas de inteligência artificial
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Pombos serão mais inteligentes do que pensas (foto: Vicky Deshmukh/Pexels)
Pombos serão mais inteligentes do que pensas (foto: Vicky Deshmukh/Pexels)

Quantas vezes não deste por ti a maldizer os pombos? Parece que estão em todo o lado e demonstram uma resiliência fora do normal quando aterram num local e parece que não querem mais sair dali. Um novo estudo diz que provavelmente possuem um tipo de inteligência similar a sistemas como o ChatGPT. Surpresa?

Pois é. Se alguma vez lhe atribuíste como característica aos pombos serem “pássaros estúpidos”, prepara-te para mudares de ideias. Um novo estudo demonstra que a “inteligência” dos pombos pode ser comparada à forma como os mais avançados sistemas de inteligência artificial (IA) têm vindo a ser programados pelo homem.

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Será que os pombos são bem mais inteligentes do que se julgava? (foto: Marki/Pexels)

Há muito que os cientistas estudam os pombos e as suas capacidades que parecem surpreender a cada estudo. Relatos de serem capazes de associar quantidades (como os primatas) ou identificar cancro mamário em radiografias, parecem ainda assim não lhes permitir que a sociedade em geral os considere mais do que “ratos com asas”.

Um novo estudo, publicado no iScience, veio agora colocar os pombos num novo e surpreendente patamar.

Cientistas da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos da América, conduziram um estudo (ver aqui) que colocou um pombo contra um modelo de inteligência artificial e descobriram que tanto o pássaro quanto o computador seguiram um processo semelhante para resolver o problema que lhes foi apresentado.

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Pombos (foto: Etha/Pexels)

Surpreendidos pelo estudo, os responsáveis, referem que a natureza é capaz de ter criado um aluno incrivelmente eficiente, capaz de aprender e evoluir da mesma forma que os mais avançados sistemas de inteligência artificial. Bem, ou, dizemos nós, se calhar foram os programadores que viram demasiados pombos à janela…

Mais a sério, colocados em diversas condições de testes em ambiente real (um parque de estacionamento), os pombos demonstraram capacidade de perceber que, por tentativa e erro, conseguiam corrigir comportamentos, para encontrar a resposta certa que lhe dava recompensa em cada teste. Os pombos foram capazes de demonstrar habilidade em fazer associações com o estímulo e várias categorias de teste, enquanto os mesmos avançavam.

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Pombos na rua (foto: Chait Goli/Pexels)

E porque isto é importante? Porque esta é uma forma de os sistemas de IA avançarem, repetindo e corrigindo erros à medida que avançam na solução de problemas. E esta é uma caraterística associada a comportamentos dos primatas… longe destes (irritantes) pássaros.

Os resultados parecem simples, mas a verdade é que os cientistas lembram que esta é a base de vários sistemas de IA: encontrar padrões e associá-los para fornecer ligações suficientes à resolução de problemas.

Da próxima vez que vires um pombo… desconfia… pode ser uma versão 2.0 dos outros pombos que enxotaste da tua janela ou jardim…

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