Sustentabilidade

Aves migratórias fogem da Tunísia devido às alterações climáticas

Pântanos e lagos secos e superaquecidos estão a levar várias árvores a não regressar a zonas de nidificação
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Há mais um preocupante alerta derivado das alterações climáticas, em especial do calor intenso e abrasador que se tem feito sentir na Europa e Norte de África. Desta vez são os bandos de aves migratórias que estão em risco com a destruição de dezenas de habitats necessários à sua nidificação.

A preocupação chega da Tunísia onde temperaturas a rondar os 50 graus têm feito lagos, pântanos e lagoas costeiras sofrerem os efeitos de uma devastadora seca e um aquecimento sem precedentes, colocando em risco um ecossistema muito sensível.

Milhares de bandos de aves migratórias utilizam anualmente uma rota sobre esta parte da costa mediterrânica africana, em especial na Tunísia, e, confrontam-se agora com a ausência de zonas húmidas que lhes permitam parar na sua jornada entre África e Europa.

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Aves migratórias sob lagos secos na Tunísia (foto: Fethi Belaid/AFP/GettyImages)

Depois de em abril o país ter sido obrigado a cortar água aos habitantes, agora a Reuters revela a extensão do problema e dá como exemplo a lagoa Ariana, nos arredores de Tunes, onde hoje existe uma extensão imensa de lama seca e rachas no terreno. As pequenas ilhas onde os pássaros geralmente nidificam estão agora cercadas por areia e desprovidas de vida após meses de seca e uma onda de calor feroz.

Mesmo a lagoa Sijoumi nas imediações da capital, onde a água sempre foi abundante e a presença de flamingos dava um colorido especial à zona, surge agora meio vazia, restando pouco mais que um pequeno pântano.

Em julho, a temperatura na capital Tunes chegou a 49 graus Celsius num sinal de forte presença das alterações climáticas e até os turistas que normalmente enchem as praias do país parecem este ano particularmente incomodados com o calor extremo.

Aves e alguns mamíferos alimentavam-se e banhavam-se nas águas que agora praticamente não correm, causando prejuízos incalculáveis ao ecossistema da zona. Sem água, os pássaros não colocam ovos e sem os ninhos está presente um sinal que se podem perder vastas populações de animais.

E há ainda um outro problema associado à seca dos vários lagos. Sem regulação de temperatura durante os longos períodos de calor e sem forma de reter água, depois da seca, poderão chegar inundações e cheias derivadas das tempestades de inverno.

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