Num mundo carregado de plástico, a busca por uma alternativa mais ecológica é uma constante. Cientistas e empresas procuram criar uma opção mais sustentável que não deixe marcas no planeta como acontece com o plástico. As algas parecem ser a alternativa do futuro e há uma empresa que já desenvolveu embalagens feitas a partir deste material.
O trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Notpla é, no mínimo, diferente. Nascida em 2019, foi criada com o objetivo de dizer não ao plástico como o próprio nome indica – Notpla é uma abreviação de Not Plastic.
A história da empresa começou antes sequer de ela ter sido criada, mais concretamente em 2013, quando um vídeo de uma cápsula-bolha comestível com água no interior tornou-se viral. Esta pequena cápsula, desenvolvida pelos cofundadores da Notpla, Rodrigo Garcia Gonzalez e Pierre Paslier, mostrava ao mundo que era possível desenvolver uma alternativa ao plástico.
Esta cápsula ganhou nome – Ooho – e, apesar de ter nascido antes da empresa, ainda hoje faz parte do leque de produtos da Notpla.
Todos os produtos criados até agora – e são uns quantos, já vamos falar sobre eles – são feitos com algas castanhas e são naturalmente biodegradáveis (demoram entre quatro a cinco semanas a desparecer) e compostáveis como uma peça de fruta.
A escolha da alga castanha não foi aleatória. Estes organismos podem crescer até um metro por dia, não precisam de água fresca ou fertilizantes e ajudam a desacidificar o oceano.
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Nestes quase quatro anos de vida, a Notpla desenvolveu um revestimento resistente a gordura e água para embalagens de papel, papel feito a partir de restos de algas, película para alimentos, pipetas e um material rígido que pode ser usado para os mais variados fins, sem esquecer as cápsulas Ooho. Todos são feitos a partir de algas.
O trabalho da Notpla tem sido reconhecido a nível internacional pela sua inovação. Este ano, a Notpla venceu o The Earthshot Prize na categoria de “Construir um mundo livre de lixo”.
O prémio, criado pelo Príncipe William e a The Royal Foyndation, dá 1,2 milhões de euros a cada um dos cinco vencedores – um em cada uma das cinco categorias – de forma a incentivar o desenvolvimento de soluções inovadoras que ajudem a combater a crise climática.