Energia

População e autarcas preocupados com exploração de lítio nas zonas aprovadas

Prospeção e exploração de lítio em seis áreas em Portugal provocou descontentamento e preocupação ambiental e social
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Mondim de Basto
Mondim de Basto

Depois do Governo ter anunciado que a Avaliação Ambiental Estratégica promovida pela Direção-Geral de Energia e Geologia tinha concluído que seis das oito zonas analisadas reuniam condições para se fazer prospeção de lítio e que se iria avançar com o procedimento concursal, várias vozes se elevaram para mostrarem o seu descontentamento face à aprovação para a exploração do mineral.

O presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE), Luís Tadeu, mostrou-se descontente por não terem sido levadas em consideração as preocupações dos autarcas da região. A CIM-BSE é constituída por 15 municípios, sendo 12 do distrito da Guarda e três de Castelo Branco.

Em declarações à Lusa, o presidente afirmou que a população já tinha mostrado preocupação, até porque no estudo de impacto, as áreas analisadas abrangiam praticamente aldeias e vilas completas e, de acordo com o presidente, as áreas de possível prospeção não foram alteradas.

Luís Tadeu refere ainda que os autarcas terão de voltar a insistir junto das entidades responsáveis para tentarem salvaguardar os interesses da população.

O presidente da Câmara de Mondim de Basto, Bruno Ferreira, também se mostrou descontente com a decisão, afirmando que fará de tudo para evitar a prospeção e exploração de lítio no concelho, incluído na área Seixoso-Vieiros que vai avançar para procedimento concursal.

À Lusa, o presidente referiu que o município participou na consulta pública e mostrou-se desfavorável à prospeção de lítio na zona, uma vez que a área apresentada corresponde à mais urbanizada do conselho.

Outra das preocupações apontadas tem que ver com a qualidade e viabilidade do abastecimento público de água, já que esta é maioritariamente proveniente de captações subterrâneas.

Foi no passado dia 2 de fevereiro que, em nota de imprensa, o Governo informou que as zonas chamadas de Massueime, Guarda-Mangualde C, Guarda-Mangualde E, Guarda-Mangualde W, Guarda-Mangualde NW e Seixoso-Vieiros foram consideradas viáveis para exploração de lítio e que haveria uma redução da área de exploração inicial para metade, de forma a serem excluídas zonas de maior densidade urbana, funcional e demográfica.

De fora da exploração ficaram as zonas denominadas de Arga e Segura, notícia que foi bem recebida nos municípios que seriam impactados e que já tinham mostrado o seu desagrado com a possibilidade

(Foto: FF Mira/Flickr; Mapa: Captura DGEG)

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