Energia

Energia geotermal pode ser solução para extração de lítio mais sustentável

Empresa inglesa planeia usar método sem pegada ecológica para fazer extração de lítio, usado nas baterias dos veículos elétricos
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Extração de lítio na Cornualha
Extração de lítio na Cornualha

O lítio é um elemento essencial para os dias que correm. Para além de ser utilizado em telemóveis, computadores e em tantos outros gadgets, é um material ainda insubstituível nas baterias para os veículos elétricos e, por isso, essencial para se conseguir atingir uma mobilidade mais sustentável.

O problema é que a cadeia de fornecimento de lítio está longe de conseguir dar resposta à elevada procura atual. Para além disso, a extração de lítio é feita, na sua grande maioria, no Chile, China, Austrália e Argentina, e o método mais comum, com minas a céu aberto, tem um elevado consumo de água e liberta materiais tóxicos. Isto tem um grande impacto nas comunidades locais e, claro, no ambiente.

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A verdade é que a procura por lítio nunca esteve tão alta e espera-se que aumente substancialmente nos próximos anos. Para dar resposta, mais do que aumentar a extração, é importante encontrar novas técnicas que não tenham uma pegada ecológica tão grande. É isso que é proposto pela Geothermal Engineering juntamente com a Cornish Lithium, que criaram uma joint venture, GeoCubed que quer extrair lítio das águas quentes dos reservatórios geotérmicos.

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A ideia não é inédita. Na Alemanha, a Vulcan Energy quer aproveitar as centrais geotérmicas para extrair lítio dos fluxos de água que traz à superfície. A GeoCubed quer implementar um projeto semelhante, mas na Cornualha, no Reino Unido, uma zona com granito, uma pedra rica em lítio que, em contacto com a água quente, liberta o lítio.

A GeoCubed planeia fazer a extração destas águas quentes, usando um processo direto de extração de lítio que se divide em três momentos. Primeiro é feita a absorção do lítio nas salmouras geotermais com um material poroso que se une ao elemento. Se seguida os iões são extraídos e, por fim, é feita a extração do solvente. De acordo com a joint venture, este método não tem pegada ecológica.

A joint venture irá desenvolver uma central-piloto na zona da Cornualha que implicará um investimento de cerca de 4,8 milhões de euros. Aqui, irão testar várias tecnologias de extração direta de lítio para que, mais tarde, possa ser criada uma instalação dentro do projeto de energia geotermal da Geothermal Enginerring. Se tudo correr bem, a fábrica-piloto começará a ser construída este ano.

(Fotos: Geothermal Engineering Ltd, Pexels e Pixabay)

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