Já ouviste falar de carregamento por indução aplicado a automóveis elétricos e das experiências que estão a ser feitas para o viabilizar? À partida parece ser algo que pode mudar para muito melhor a experiência de ter um elétrico. Mas será uma solução que servirá a todos os condutores?
Um estudo realizado pela Chalmers University of Technology, na Suécia, analisou dados de mais de 400 automóveis de passageiros para estudar padrões reais de condução em diferentes secções de estradas naquele país e perceber quais as vantagens e desvantagens de ter um sistema rodoviário elétrico (ou Electric Road System - ERS).
Os investigadores utilizaram os dados para calcular, entre outras coisas, o tamanho da bateria necessária para completar todas as viagens tendo em conta as possíveis opções de carregamento, padrões de carregamento, e custos totais, incluindo infraestruturas e baterias.
Vantagens das “estradas eletrificadas”
Uma das conclusões mais animadoras foi a de que a existência de “estradas eletrificadas” que permitissem carregar o carro em andamento, como a Arena del Futuro da Fiat/ Stellantis, poderia contribuir drasticamente para a redução do tamanho das baterias dos automóveis.
Não percas: em breve o teu veículo elétrico poderá carregar sem quaisquer cabos ou fios
Os resultados da investigação "Benefícios de um Sistema Rodoviário Elétrico para Veículos Elétricos a Bateria" mostram que a solução de carregamento ideal resultaria de um mix entre ter 25% das estradas mais movimentadas com sistema ERS e utilizar o tradicional carregamento estacionário.
Se assim fosse, salienta o estudo, as baterias de um automóvel elétrico poderiam ser reduzidas para um terço do seu tamanho, o que representaria óbvias vantagens a nível económico, já que estas representam uma grande parte do custo do carro, mas também ambiental. Afinal, seria necessária uma quantidade de matérias-primas muito inferior para as produzir.
Outro aspeto positivo da existência de um sistema ERS prende-se com a diminuição da pressão sobre a rede elétrica.
Se os condutores não dependessem inteiramente do carregamento doméstico, que tipicamente ocorre durante a noite, e o pudessem complementar com carregamento em movimento, ou seja, de forma mais uniforme ao longo do dia, o pico de carga sobre a rede elétrica seria significativamente reduzido.
E quais os contras?
Um sistema ERS poderá, no entanto, não beneficiar todos os condutores de forma igual, alerta a investigação da universidade sediada em Gotemburgo. Esta detetou que há grandes diferenças entre grupos de condutores, dependendo dos padrões de condução e da distância a que estariam de estradas eletrificadas.
Verificou-se, por exemplo, que aqueles que vivem no campo precisariam que a autonomia dos seus veículos fosse quase 20% maior em comparação com aqueles que vivem no centro de uma cidade.