Energia

Afinal, quanto tempo dura a bateria de um automóvel elétrico?

Um sistema de baterias de um veículo elétrico tem um tempo de vida útil. A forma como utilizamos a bateria e como procedemos aos carregamentos fazem toda a diferença
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Bateria (Foto: GM/divulgação)
Bateria (Foto: GM/divulgação)

Lembras-te certamente dos primeiros dias de um novo smartphone, em que chegavas ao final do dia ainda com bastante carga disponível, mas que passados uns meses já não era bem assim e algumas das vezes até tinhas de passar a trazer um carregador contigo. Certo?

Pois bem, ainda que a comparação possa não ser das melhores, é um dos exemplos que podem ser usados para demonstrar que o tempo de vida útil de uma bateria pode diminuir com o passar do tempo e com a sua utilização.

Conhece neste artigo algumas conclusões de um estudo da empresa Geotab.

Com as baterias dos automóveis elétricos acontece mais ou menos o mesmo, ainda que as diferenças possam demorar muito mais tempo a surgir do que num telemóvel.

Efetivamente, de quanto tempo estamos a falar quando abordamos o tempo de vida útil das baterias?

Segundo a maioria dos fabricantes, em média, estamos a falar de oito anos ou de 160 mil quilómetros, mas este valor pode variar de país para país e de modelo para modelo, dependendo igualmente do tipo de utilização a que esta seja sujeita.

 

 

Um dos fatores de desgaste, entre outros, por exemplo, tem a ver com os carregamentos rápidos, que são uma resposta às dores de cabeça que nos surgem quando falamos em mais de 12 horas de carregamento, mas que trazem com eles algumas desvantagens e, alguns casos, até nem são totalmente aconselhados na totalidade dos carregamentos.

De acordo com um estudo da Geotab, num carregamento rápido DC (nível 3), a corrente gerada é muito mais elevada, o que também resulta em temperaturas mais elevadas e estes são dois fatores de que as baterias não gostam nada, uma vez que aceleram o seu desgaste.

 

 

Ainda de acordo com a Geotab, que desenvolveu uma aplicação para avaliar o tempo de duração da bateria de um automóvel elétrico, se usarmos sempre um carregador rápido, a degradação da bateria será mais rápida, mas se restringirmos os carregamentos aos carregadores convencionais e não tão rápidos, a diferença ao fim de uns anos de utilização não será assim tão óbvia.

O Idaho National Laboratory obteve resultados semelhantes com um teste efetuado a quatro Nissan Leaf, que percorram mais de 80 mil quilómetros. Dois destes Nissan efetuaram os carregamentos da bateria em carregadores de nível 2 e foram sempre utilizados em condições idênticas na zona de Phoenix, no Arizona.

Os outros dois Leaf foram sempre carregados em carregadores rápidos, sendo que os quatro automóveis foram sempre carregados duas vezes por dia durante o ano que durou este teste. No final, os sistemas que usaram carregadores de nível 2 perderam cerca de 23 por cento da capacidade da bateria, enquanto os sistemas carregados em carregadores rápidos já apresentavam um valor perdido em torno dos 27 por cento.

Ou seja, se estiver a ponderar a compra de um automóvel elétrico, o carregamento tranquilo numa Wallbox instalada em casa por um técnico especializado poderá ser a escolha mais indicada para a grande maioria dos carregamentos da bateria. Mas se se sentir aventureiro e quiser ir para a estrada numa aventura de maior quilometragem com a família a bordo, os 20 ou 30 minutos de um ocasional carregamento rápido não vão fazer uma diferença monumental na saúde do sistema de baterias do seu automóvel.

(Nota: Noticia publicada a 11.09, atualizada a 12.10, corrigida informação da GeoTab)

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