No caminho da sustentabilidade ambiental, melhoria da eficiência térmica e descarbonização dos edifícios, as bombas de calor podem ter um papel importante. Ciente disso a multinacional Bosch prepara um investimento de 100 milhões de euros nas instalações em Aveiro, até 2026.
A convite da Bosch Portugal a AWAY foi até Aveiro para perceber o que está a ser planeado e de que forma as bombas de calor querem conquistar o seu espaço no mercado da tecnologia verde. Para já está anunciado um investimento mundial superior a mil milhões de euros na expansão da rede (até final da década), com uma parcela de €100 milhões (até 2026) destinada a Aveiro.
A experiência da empresa alemã nesta área não é propriamente recente. A Bosch Home Comfort lançou a sua primeira bomba de calor na década de 1970 e em especial desde 2006, altura em que adquiriu o fabricante sueco IVT, a empresa tem vindo a desenvolver os produtos, num processo de melhoramento constante, com foco na eficiência e melhoria em termos de sustentabilidade.
Bomba de calor made in Aveiro
As tecnologias de aquecimento de água têm sido um dos pontos de destaque da unidade da Bosch em Aveiro, onde a elevada experiência na produção de esquentadores (a Vulcano nasceu aqui em 1977) é elogiada como fundamental para os novos desafios.
Com laboratórios de pesquisa e desenvolvimento (R&D), manufatura, vendas e logística, Aveiro cumpre todo o ciclo desde a investigação, produção e ligação ao consumidor, sendo por isso considerado um dos centros de competência da Bosch no que respeita às águas quentes. Portugal é igualmente um importante centro estratégico com ligações entre a Europa, América e África (exportações para mais de 40 países).
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Com o investimento de 100 milhões de euros agora anunciado, a unidade de Aveiro irá ver nascer um laboratório, novos edifícios e linhas adicionais de produção de bombas de calor. A empresa assegura que estes fundos irão igualmente permitir aumentar a atual força de 1.496 colaboradores em várias centenas de novos funcionários e crescer o atual volume de faturação da unidade, que em 2022 situou-se em 365,3 milhões de euros.
A aposta no R&D irá permitir passar de um laboratório, com três câmaras de teste de som e 14 climáticas, para um total de 18 climáticas (incluindo simulação em temperaturas gélidas) e uma área de teste EMC (testes eletromagnéticos).
A unidade de Aveiro irá fabricar (em conjunto com Eibelshausen na Alemanha e Tranas na Suécia) as unidades exteriores e as unidades interiores para as bombas de calor Compress 5800i AW e Compress 6800i AW da próxima geração, desenvolvidas em conjunto por equipas locais e de Wernau (Alemanha).
Como funciona uma bomba de calor
As bombas de calor conseguem fornecer calor, arrefecimento e água quente, recorrendo a fontes de energia renovável, nomeadamente utilizando a energia do solo, das águas subterrâneas ou do ar para fornecer uma climatização mais ecológica.
Nas soluções de bombas de calor ar-água, o ar exterior é utilizado como fonte de energia. Para o aquecimento das águas sanitárias pode-se alcançar poupanças de até 70% de energia com a utilização de uma bomba de calor, com a vantagem de ter fornecimento de água quente durante todo o ano, independente da temperatura exterior.
As bombas de calor que vão sair de Aveiro serão particularmente silenciosas e a utilização do gás propano como refrigerante ecológico e não tóxico (não provoca efeito de estufa) confere uma importante vantagem ambiental à nova geração destes aparelhos (Compress 5800i/6800i AW).