Um novo estudo publicado na Alemanha revela que as autoridades locais poderiam reduzir drasticamente as emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases nocivos à atmosfera se implementarem novos limites de velocidade nas autoestradas.
A pressão dos ambientalistas sob o Governo de Berlim é conhecida, mas agora foi a Agência Federal do Meio Ambiente (UBA - original em alemão) que revelou dados que suportam a importância das medidas como forma de combater as alterações climáticas.
De acordo com os dados publicados pela UBA, uma redução do limite de velocidade para os 120 km/h, nas autoestradas onde atualmente não existe restrição, teria como impacto uma redução de cerca de 6,7 milhões de toneladas de CO2 por ano.
Alguns estudos anteriores (que não incluíam todo o tipo de veículos de passageiros, alguns comerciais ligeiros e pesados) indicavam que o resultado poderia ser uma redução de 2,6 milhões de toneladas de emissões de CO2.
O transporte na Alemanha emitiu cerca de 148 milhões de toneladas de CO2 em 2021 ficando 3 milhões abaixo da meta
Há, no entanto, um problema que o UBA salienta. A partir do momento em que os limites de velocidade nas autoestradas forem impostos é expectável um desvio de algum trânsito para estradas secundárias aumentado as emissões em zonas mais populacionais ou rurais.
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O Ministro dos Transportes alemão refere que os atuais limites (e a ausência dos mesmos em alguns locais) tem mostrado que o trânsito flui sem acidentes e que, por isso, o Governo tem de ponderar bem se quer mais trânsito em estradas com menores condições de suportar aumento do mesmo.
A Alemanha pode lançar a discussão europeia sobre o tema, embora vários países tenham restrições de velocidade já bastante severas. Mas para o governo alemão a questão ambiental tem de ser uma prioridade já que o país pretende ser neutro em carbono até 2045, uma meta que tem de ser atingida (também) com mudanças nas redes viárias.
Para os ambientalistas a questão parece ganhar um novo ânimo com este estudo, porque até agora mexer em limites de velocidade tem sido tema tabu para o governo.