Nos últimos anos, o número de ataques nos transportes públicos tem vindo a aumentar. Com cada vez mais pessoas a voltarem-se para esta opção de mobilidade, as cidades estão a trabalhar para a tornar mais segura, especialmente para as mulheres. No caso de Londres, foi instaurada uma campanha de zero tolerância em relação ao assédio sexual.
Apesar das questões de falta de segurança serem mais flagrantes em países em desenvolvimento, onde acontecem ataques mais graves e há casos mais sérios de violência sexual contra mulheres, a verdade é que mesmo em países desenvolvidos há cada vez mais relatos deste tipo de incidentes.
As mulheres são o grupo que admite sentir-se mais inseguro em transportes públicos, estando muitas vezes mais vulneráveis do que os homens aos mais variados ataques.
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Para tentar diminuir o problema, Londres criou uma campanha de zero tolerância que convida os passageiros a serem membros ativos contra o assédio sexual e que mostra que este não será admitido.
Lançada em 2021, a campanha da Transport for London (TfL) inclui posters em toda a rede e publicidade nas redes sociais. Além disso, já este ano, foi apresentada uma nova iniciativa que convida as pessoas que presenciem algum ato de assédio sexual tenham uma atitude proactiva e intervenham, ainda que não de uma forma flagrante.
Esta campanha tem por base estudos que mostram que a intervenção ajuda a reduzir a intensidade das situações e que pode até prevenir incidentes.
Perguntar as horas ou até ceder o lugar para sentar são duas ações que ajudam a desviar as atenções e podem travar um possível ataque ou uma situação de assédio.
A TfL sugere também que caso quem presencie uma questão destas não se sinta à vontade para intervir, que dê apoio à vítima depois para garantir que ela está bem.
A empresa de transportes salienta também que é importante que estes casos sejam reportados à polícia e à própria TfL para que possa ser feita uma investigação e para que possam ser criadas medidas para prevenir futuros problemas.
Em 2015, foi sugerida a criação de carruagens só para mulheres em Londres, algo comum em alguns países como na China, no Japão ou no Irão. No entanto, a ideia nunca avançou já que o conceito é apontado como um retrocesso e não um avanço.
Há cada vez mais relatos de assédio sexual nos transportes
Uma análise da TfL mostrou que, apesar de haver menos 21% de passageiros, houve um aumento em cerca de 8% de crimes na rede de transportes públicos desde a época pré-pandemia.
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O mesmo estudo mostrou que de ano para ano, o assédio sexual a mulheres e meninas sobe 81%. A TfL acredita que esta subida não tem que ver com mais incidentes, mas sim com o aumento do número de denúncias destes casos.