Sustentabilidade

7 marcas de moda portuguesas que apostam na sustentabilidade

A indústria da moda é das mais poluentes, mas há marcas que estão a tentar fazer a diferença. Descobre algumas das portuguesas
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Quando pensamos em impacto ambiental e nas indústrias com maior pegada, facilmente pensamos nos setores da energia ou dos transportes. Afinal, a utilização massiva dos combustíveis fósseis é responsável por grandes quantidades de emissões de gases de efeito de estufa. Mas há uma outra indústria que, apesar de não parecer, deixa uma marca negativa no ambiente: a da moda.

De acordo com o Programa Ambiental das Nações Unidas, 10% do dióxido de carbono que é libertado na atmosfera vem do setor da moda, e a Bloomberg salienta que a utilização de plástico é também massiva. Estes números têm vindo a aumentar desde 2000 e poderão não baixar no futuro próximo. Na verdade, terão tendência a aumentar já que o setor não para de crescer.

Por isso, não é de estranhar que cada vez haja mais vontade em dar a volta e surjam novas marcas focadas em oferecer roupa e acessórios que tenham uma produção consciente e mais amiga do ambiente. Em Portugal, nos últimos anos, têm surgido várias.

Se procuras tornar o teu armário mais sustentável, então dá uma vista de olhos em algumas marcas portuguesas. No entanto, lembra-te: a peça de roupa mais sustentável é aquela que já tens.

7 marcas portuguesas sustentáveis

1. R-Coat

Foi em 2018 que o primeiro produto da R-Coat nasceu, mas apenas em 2019 começou a ganhar forma a marca que tem por base a economia circular.

Hoje em dia, todos os produtos da R-Coat são produzidos a partir de guarda-chuvas partidos – que qualquer pessoa pode entregar num dos mais de 30 pontos em Portugal -, ou de sobras de tecido de fábricas portuguesas. As peças são feitas por costureiras que trabalham num pequeno estúdio em Lisboa.

2. ISTO.

A ISTO. identifica-se como uma marca transparente produzida em Portugal. Os materiais que usam são orgânicos e têm a Certificação Têxtil Orgânica (GOTS, na sigla em inglês). Outra questão que faz da marca sustentável é o facto de não ter coleções sazonais, o que garante que não estão constantemente a lançar novos produtos, produzindo em grandes quantidades. O lema, referem no site, é qualidade acima de quantidade.

A parte da transparência não se aplica apenas aos materiais que usam. A ISTO. partilha sem pudores o custo de produção de cada peça de roupa, desde o material, às etiquetas, passando pela mão de obra e pelo transporte.

3. GEM Studio

Feitas em Portugal, as carteiras da GEM Studio não são vegan, mas o couro utilizado vem de restos de stock de fábricas e é certificado pelas normas do Leather Working Group. De acordo com a marca, todo a pele que utilizam é um subproduto da indústria da carne, para garantir que é sustentável.

Todas as carteiras são feitas em Portugal e as quantidades são definidas conforme o material que têm disponível para as produzir. A GEM Studio afirma que a sua política é a da transparência e por isso partilha quantas pessoas trabalham para a marca e as condições em que trabalham.

4. Light Years Away

No mundo do fitness, também é possível criar peças de roupa que sejam mais sustentáveis e ter uma abordagem mais amiga do ambiente. É isso que mostra a Light Years Away com as suas peças produzidas com Econyl, um tecido feito de nylon regenerado, ou seja, produzido a partir de resíduos plásticos industriais, redes de pesca e restos de tecido.

Além do tecido de economia circular, as embalagens são compostáveis – desintegram-se em seis meses –, e os rótulos são feitos de papel semente que pode ser plantado.

5. Näz

Na Näz, os tecidos têm sempre uma de três origens: ou são de restos de fábricas, ou ecológicos ou reciclados. No caso destes últimos, de acordo com a marca, o processo de reciclagem é feito por uma fábrica na zona da Covilhã, e o processo é mecânico, não utiliza água e não tem resíduos tóxicos.

Em 2020, a marca lançou o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade onde refere a poupança ambiental que faz com algumas das suas peças, como a sweater Loriga que graças ao método de produção evita a emissão de 3 kg de CO2 e poupa 300 litros de água. Até ao fim de 2022, a Näz quer analisar o impacto de CO2 das suas entregas e fazer a compensação.

A Näz também faz parte do programa “sell 1 buy 1” que permite a troca de artigos usados por crédito que pode ser usado numa nova compra.

6. Conscious

A grande aposta da Conscious são biquínis produzidos com Econyl, o tecido feito a partir de lixo encontrado nos oceanos e nos aterros. De acordo com a marca, este produto tem um impacto no aquecimento global 80% inferior ao do nylon criado a partir de petróleo. As peças que não são de banho, como as sweatshirts ou os calções, são feitas de algodão orgânico. Tudo é produzido em Portugal.

Além disso, a marca faz parte do programa 1% for the Planet e doa anualmente 1% das vendas para causas ambientais. Normalmente, a Conscious opta por fazer doações para organizações portuguesas sem fins lucrativos ligadas ao mar.

7. Zouri

Descrita como uma marca de calçado eco-vegan, a Zouri produz todos os seus produtos com materiais ecológico e sustentáveis. Para os sapatos, os materiais usados variam entre couro de maçã, um produto feito à base de folha de abacaxi chamado Pinatex, algodão orgânico, cânhamo entre outros. O calçado da Zouri é aprovado pela PETA.

Ainda assim, talvez o que mais chame a atenção dos sapatos da Zouri é a sola, produzida com borracha natural e plástico recolhido dos oceanos e das praias em Portugal. Em dois anos, a marca refere que já recolheu e utilizou quatro toneladas de plástico das costas portuguesas.

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