Sustentabilidade

Novo processo de reciclagem para motores elétricos recolhe materiais nobres

A Nissan, em conjunto com a Universidade de Waseda desenvolveram um processo de reciclagem destinado aos motores elétricos
Texto

Direcionada para o futuro, a Nissan, em conjunto com a Universidade de Waseda, no Japão, está a desenvolver um novo processo de reciclagem que consegue extrair eficazmente todos os materiais nobres usados nos componentes magnéticos que fazem parte dos motores elétricos.

A reciclagem de componentes e a reutilização de materiais nobres poderá ser de extrema importância, uma vez que reduz a necessidade de extração de novos materiais e atenua outro tipo de problemas ambientais, além dos problemas económicos que também nascem devido a uma procura cada vez mais elevada.

A grande maioria dos motores elétricos já usados nos automóveis atuais utiliza metais como o neodímio e o disprósio, estando estes no topo da lista dos materiais raros que podem ser reciclados.

O processo passa por efetuar um aquecimento controlado dos metais, a cerca de 1.400 graus centígrados para que comecem a derreter. Posteriormente, é adicionado o óxido de ferro com o objetivo de oxidar os materiais raros e também uma solução à base de borato, numa pequena quantidade, para que a recuperação da matéria-prima seja mais eficaz.

A mistura separa-se então em duas camadas, ainda no estado líquido, uma inferior com a maior densidade da liga de ferro-carbono (Fe-C) e uma superior com a camada de óxido derretido, ou escória, de onde são extraídos os materiais raros desejados.

Os testes efetuados mostram que este processo consegue recuperar cerca de 98 por cento dos materiais raros extraídos dos motores elétricos e demora cerca de 50 por cento do tempo do processo atual, uma vez que não há necessidade de desmagnetizar os elementos magnéticos nem de os desmontar.

O Programa Verde Nissan 2022, aborda quatro questões essenciais: alterações climáticas, dependência de recursos, qualidade do ar e escassez de água, mas é apenas uma das áreas que demonstra o empenho da marca em contribuir para a construção de um futuro mais limpo e uma sociedade mais sustentável.

O projeto realizado com a Universidade de Waseda ainda terá de ser afinado e tornado mais eficiente, para que se possa por em prática ao longo dos próximos anos.

Com o crescente crescimento da produção de soluções eletrificadas para o mundo automóvel, é necessário começar a pensar no que se poderá fazer aos componentes dos modelos que vão começar a ficar obsoletos num futuro próximo. E neste ponto, a reciclagem de componentes e a reutilização de materiais nobres poderá ser de extrema importância, uma vez que reduz a necessidade de extração de novos materiais e atenua outro tipo de problemas ambientais.

A grande maioria dos motores elétricos já usados nos automóveis atuais utiliza metais como o neodímio e o disprósio, metais raros que ficarão potencialmente mais caros à medida em que procura se torna cada vez superior. A melhor forma de prolongar a sua vida útil com valores mais contidos e um impacto ambiental inferior, terá de estar obrigatoriamente relacionada com a sua reciclagem.

Continuar a ler
Descobre o teu mundo.
Recebe a nossa newsletter semanal.
Home
A pensar nas férias? Este destino português tem prémio de sustentabilidade
5 formas de aproveitares as borras de café e dar-lhes uma nova vida
Bolt já fez mais de 600 mil quilómetros com animais a bordo em Portugal