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Será que a energia nuclear deve ser mantida por mais tempo de forma a auxiliar a descarbonização? Um novo relatório agora divulgado parece indicar que não.
O Gabinete Europeu do Ambiente (EEB, na sigla original), que junta 180 associações ambientalistas de 38 países, concluiu que o prolongamento da vida útil da energia nuclear na Europa é desnecessário para a descarbonização. Para a substituir, deve usar-se as energias renováveis, a poupança de energia e opções de flexibilidade, refere o relatório publicado pela EEB.
A conclusão é que é viável eliminar gradualmente a "frota nuclear envelhecida da Europa", conseguindo-se alcançar a neutralidade carbónica até 2040.
O relatório é divulgado na véspera de uma cimeira em Bruxelas sobre energia nuclear, que junta dirigentes políticos e empresas, para debater o papel da energia nuclear na redução dos combustíveis fósseis, aumentando a segurança energética e o desenvolvimento
A cimeira surge na sequência da inclusão da energia nuclear na declaração da cimeira da ONU sobre o ambiente que decorreu o ano passado no Dubai (COP28) que admite que esta pode ser uma fonte de energia com baixas emissões de dióxido de carbono.
O EEB discorda, referindo no relatório que a construção de novas centrais nucleares é "uma estratégia irrealista para a descarbonização". Isto porque tem custos muito elevados e a construção é demorada.
O documento mostra “que a atual frota nuclear pode ser eliminada gradualmente, a par dos combustíveis fósseis, à medida que os países da União Europeia (UE) transitam para um sistema energético drasticamente mais eficiente, alimentado por energias renováveis e apoiado por opções de flexibilidade”.
O EEB salienta que a frota nuclear da UE está envelhecida, que todas as centrais, exceto duas, foram construídas antes de 2000, e que sem extensões de prazo a maioria das centrais deve encerrar até 2030. Segundo o organismo europeu, a contribuição da energia nuclear para o cabaz elétrico está em declínio na UE e os custos a aumentar.
O relatório conclui que os esforços de descarbonização dos Estados membros da UE devem dar prioridade à redução do consumo de energia na indústria, nos edifícios e nos transportes, ao mesmo tempo que aumentam a implantação das energias renováveis.