Mobilidade

Norma Euro 7 de limites de emissões automóvel pode entrar em vigor em 2025

Indústria automóvel mostra-se preocupada e apresenta vários argumentos contra os novos padrões de emissões para a UE
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Emissões na União Europeia (fotografia Ashley Fontana - Pexels)
Emissões na União Europeia (fotografia Ashley Fontana - Pexels)

A Comissão Europeia tem estado a discutir as novas regras de emissões para o Euro 7 e a indústria automóvel tem alertado para o impacto negativo que as medidas podem ter no mercado. O Euro 7 deverá ser apresentado no final de 2021 e deverá entrar em vigor em 2025.

Para ajudar a definir os novos padrões de emissões, a Comissão Europeia convocou o Consórcio para Emissões Ultrabaixas de Veículos (CLOVE) que, durante dois anos, procurou as melhores e mais económicas tecnologias de emissões disponíveis.

 

A conclusão a que a CLOVE chegou é que é viável fazer uma profunda atualização aos padrões do Euro 6, tendo proposto a alteração limite de óxido de nitrogénio (NOx) de 80 mg/km para 20 mg/km e a diminuição em mais de 80 por cento dos limites de emissões de partículas.

Segundo a organização europeia Transport and Environment (T&E), os novos limites legais deverão influenciar perto de 100 milhões de novos carros a gasolina e a gasóleo que vão ser vendidos na UE a partir de 2025 e terão um grande impacto na qualidade do ar da Europa por uma geração.

Desde que começaram as discussões para as novas metas que muito se tem escrito sobre o tema e a indústria automóvel tem alertado para o impacto negativo que as novas regras propostas pela CLOVE poderão ter.

Segundo o novo relatório da T&E, “Os sete truques de poluição do ar (sujos) da indústria automóvel”, a indústria tem afirmado que custos elevados e até desemprego e perda de negócios são alguns dos problemas que podem advir da implementação do Euro 7.

Este ano, a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) lançou uma campanha pública contra o Euro 7, afirmando que seria o fim dos motores de combustão interna. No entanto, a T&E contra-argumento, dizendo que as novas tecnologias como os e-catalisadores e a aspiração a vácuo são acessíveis e diminuem drasticamente as emissões dos motores a combustível fóssil.

A ACEA também publicou um estudo em que afirma que as medidas que vão ser adotadas terão um baixo impacto na redução da poluição do ar. No entanto, a T&E alerta que o estudo foi baseado em padrões de emissão menos ambiciosos do que os planeados e não teve em consideração os carros a gasolina que são os mais vendidos hoje em dia.

O receio de que os custos possam ser demasiado elevados não parece ter fundamento para a T&E, já que a Comissão Europeia estima que adotar as tecnologias necessárias para o controlo de emissões aumentará o preço final dos veículos entre 100 e 500 euros.

A T&E deixa um alerta em relação a lacunas presentes no Euro 6 que devem ser corrigidas, como o facto de permitir que os veículos excedam os limites legais de emissão, uma vez que são baseados em testes oficiais e não na condução real, de dia a dia. No documento, pedem que o Euro 7 garanta que “os limites de emissões se apliquem em todos os tipos de condução e durante toda a vida útil do veículo”.

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