Sustentabilidade

China aposta no bambu para combater a poluição plástica

A revolução do bambu está a chegar e a China prepara-se para liderar mais um mercado mundial
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A China está a aproveitar o potencial do bambu para criar produtos biodegradáveis, combatendo a poluição plástica ao mesmo tempo que aposta na sustentabilidade.

O bambu é uma das plantas de crescimento mais rápido na Terra. Um bambu comum necessita apenas de cinco anos para atingir a maturidade completa e adquirir dureza suficiente para o processamento. Além disso praticamente não necessita de replantação e os novos rebentos alcançam 12 a 15 metros em poucos meses. Uma floresta de bambu, desde que devidamente controlada, pode ser explorada de forma a praticamente não existir impacto na sua exploração.

Os recursos de bambu na China são já amplamente explorados e algumas províncias, como Anji a sul de Xangai, são abundantes na planta que costumamos associar aos pandas, embora existam diferentes tipos de bambu.

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 Floresta de bambu (foto: Pixabay)

A China é o maior produtor mundial de bambu, mas é também o maior produtor mundial de plástico (e de resíduos associados). Por isso a utilização do bambu reveste-se de grande importância para reduzir as emissões e liderar a produção de artigos biodegradáveis.

De acordo com o South China Morning Post existem já na China mais de uma centena de empresas que se dedicam à exploração do bambu para fins comerciais, com impacto financeiro superior a 1,25 mil milhões de Yuan em 2022 (cerca de 163 milhões de euros).

O problema que a China enfrenta é que a transformação do bambu em artigos sustentáveis tem um valor bastante superior à utilização de petróleo no plástico (resinas termoplásticas como o ABS). Especialistas locais estimam que a produção de produtos em bambu custe atualmente cerca de 20 a 30 por cento em comparação à utilização de plástico ABS.

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Vasos decorativos com bambu (foto: Tony Cuenca/Pexels)

Para além disso, até agora parece não existir por parte dos consumidores uma grande aceitação a produtos produzidos com bambu. Mas como em todas as atividades económicas a produção em volume permite baixar o preço final, desde que exista forte procura do produto.

Mas na China há outra solução. O governo chinês, a exemplo do que já fez em outras atividades tecnológicas, energéticas ou automóveis, por exemplo, poderá subsidiar fortemente esta indústria tornando-a acessível ao consumidor e preparando assim a liderança num setor onde, uma vez mais, domina a matéria-prima. E quem duvida da estratégia basta ver os recentes anúncios, como a plantação de uma floresta com a dimensão da Bélgica!

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Acessórios de higiene e cuidado pessoal em bambu (foto: Freepik)

Um estudo recente da Sustainable Chemistry & Engineering estima que a introdução de 20% de bambu na produção de elementos plásticos poderia contribuir com uma redução substancial das emissões de carbono. E isto interessa ao governo chinês, pois o ano passado dados oficiais indicam que a China gerou mais de 63 milhões de toneladas de plástico e apenas recicla menos de 30% deste produto.

Apoiando a redução de custos, incentivando a produção e legislando para suportar o setor, irá permitir à China a liderança de uma nova trend de sustentabilidade. A revolução do bambu pode estar para breve, assim a aceitação do público aumente.

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