E se o pavimento das estradas fosse mais sustentável? É isso que a Brisa Concessão Rodoviária (BCR) e o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) estão a tentar alcançar ao investigar materiais que diminuam as emissões de gases com efeito de estufa que possam ser usados no pavimento da rede de autoestradas.
O Living Lab, o projeto que resulta da junção da BCR e do ISEL, tem testado os mais variados materiais, desde plásticos reciclados a borracha de pneus em fim de vida para perceber se podem ser as estradas do futuro.
Pavimento testado usa plástico e pneus (foto: divulgação)
Uma solução inovadora que está a ser usada altera as características físicas e químicas da borracha reciclada de pneus em fim de vida de forma a criar um betume que possa ser usado na mistura betuminosa, garantindo a mesma durabilidade e resistência dos pavimentos atuais.
Até ao momento, já foram desenvolvidos seis testes-piloto numa extensão de cerca de 10 quilómetros na A3. Estes testes permitem à equipa de investigação avaliar a utilização de misturas recuperadas de pavimentos.
Outros testes, referem em comunicado, incidem sobre a utilização de grafeno, que tem o potencial de aumentar a durabilidade dos pavimentos.
As soluções que estão a ser testadas permitem diminuir a extração de agregados de pedreiras e o consumo de betume proveniente da destilação de petróleo. Além disso, dão uma nova vida a pneus já não usados e a plástico.
Estes estudos pretendem avaliar a possibilidade de se diminuir o impacto ambiental da conservação das autoestradas. Espera-se conseguir reduzir em 600 toneladas as emissões de dióxido de carbono, equivalente a 23 mil viagens de automóvel entre Lisboa e Porto, assim como diminuir em 19 mil toneladas a quantidade de resíduos.