O transporte de hidrogénio verde na rede de distribuição de gás é um passo importante para a operacionalização dos projetos que pretendem levar esta energia renovável até aos clientes.
A REN – Redes Energéticas Nacionais iniciou a remodelação de aparelhos que irão contribuir para que as infraestruturas de distribuição de gás possam transportar hidrogénio. A remodelação desses aparelhos, denominados de cromatógrafos - equipamentos que permitem medir a qualidade do gás transportado na rede -, é o primeiro passo para poder assegurar um transporte de hidrogénio na Rede Nacional de Transporte de Gás (RNTG).
Em comunicado de imprensa a REN divulgou que irá realizar a intervenção de adaptação de características a 16 cromatógrafos o que deverá permitir obter certificação, até ao final do presente ano, para receber e transportar até um máximo de 10% de hidrogénio. Esta operação segue-se aos estudos técnicos iniciados em 2022, no quadro do Programa H2REN.
Estas primeiras alterações serão, numa primeira fase, alvo de um período de observação e monitorização de desempenho, com recurso quer aos dados convencionalmente teletransmitidos para o Despacho, quer através de acessos remotos.
Estas modificações que a REN está a realizar terão ainda um impacto positivo na redução do consumo de Hélio (em substituição por Árgon). A importância acrescida advém do facto do Hélio ser um gás muito raro na atmosfera, não-renovável, imprescindível em pesquisas científicas e também aplicado em tecnologias como as ressonâncias nucleares magnéticas, as espectroscopias de massa, bem como na produção de fibras óticas e de chips de computador.
A descarbonização das infraestruturas de gás é um dos objetivos estratégicos da política energética portuguesa e a estratégia da REN para os gases renováveis passa por fortalecer a adaptação das infraestruturas existentes para acomodar estes gases e o desenvolvimento de infraestruturas 100% hidrogénio.