A União Europeia pretende ter em Taiwan um forte aliado para fazer face à crise de escassez de chips que está a afetar a indústria automóvel. O objetivo passa por estabelecer uma cooperação com o pequeno país insular que possa vir a resultar na escolha da Europa como destino para a criação de novas fábricas de chips.
Com Taiwan a ocupar uma posição de enorme importância no mercado da produção de chips, com empresas como a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSM), uma das maiores do mundo no setor, a União Europeia espera que a partilha de valores entre as duas partes, especialmente de ordem democrática, possa facilitar um entendimento.
“Com a Lei Europeia dos Chips, a Europa intensificará os seus esforços para aumentar a produção, mas também queremos cooperar com os nossos parceiros que partilham da mesma visão, incluindo Taiwan", explicou Sabine Weyand, diretora-geral da área de comércio da Comissão Europeia, em referência à legislação proposta pela Comissão no mês passado.
Para a alemã, a escolha de Taiwan como parceiro não se deve apenas ao facto do país se destacar na produção de semicondutores, mas também “porque a tecnologia é, em última análise, uma questão de segurança”. Sabine Weyand pretende que “a agenda digital da UE seja moldada em conjunto com parceiros com os mesmos interesses e de acordo com os mesmos valores comuns”.
Do lado de Taiwan, a via de negociação também parece estar aberta, o que facilita todo o processo. De acordo com a presidente Tsai Ing-wen, a democracia, liberdade e respeito pelos direitos humanos instituídos no país, fazem dele um parceiro "natural" para a União Europeia.