A crise no fornecimento de chips para a indústria automóvel está a afetar todos os construtores de forma agressiva, entre os quais se inclui, naturalmente, o grupo Stellantis por ser detentor de algumas das marcas mais populares, como a Fiat, a Peugeot ou a Citroën.
A situação nas fábricas localizadas em Itália, em particular, é de tal forma preocupante, que os sindicatos estão a alertar para as graves implicações que poderão ter os sucessivos abrandamentos e paragens na produção.
De acordo com alguns sindicatos, entre eles a FIM-CISL, a crise no fornecimento de semicondutores está a ter um impacto na indústria superior ao verificado no ano passado, quando as fábricas foram obrigadas a fechar devido à pandemia de COVID-19, prevendo-se que, até ao final de 2021, a produção em Itália não supere as 461 mil unidades fabricadas em 2020.
“O turbilhão causado pela falta de semicondutores está a causar paragens na produção que pesam mais do que o encerramento em 2020”, alertou Ferdinando Uliano, secretário nacional da FIM-CISL, que vai ainda mais longe. “As previsões são de que tal situação se manterá durante toda a primeira metade de 2022.”
A própria Stellantis prevê que o encerramento temporário ou o abrandamento das suas fábricas (na Europa e nos Estados Unidos) se irá traduzir em menos 1,4 milhões de automóveis produzidos até ao final do ano. Estima-se que a produção nas seis fábricas da FCA (parte integrante da Stellantis, em conjunto com a PSA), em Itália, no terceiro trimestre deste ano, seja 46% inferior face ao mesmo período de 2020.
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A situação na unidade de Pomigliano é ainda mais grave, já que laborou apenas 15 dos 50 dias previstos para o terceiro trimestre. Quanto à fábrica de Melfi, a maior da Stellantis em território italiano, deverá funcionar por um período equivalente a apenas seis dias em Outubro.
“O principal risco é que a Stellantis decida adiar os investimentos planeados e o lançamento de novos modelos, à medida que a crise dos chips provoca uma diminuição das vendas”, concluiu Ferdinando Uliano.