A Eni é uma empresa multinacional de origem italiana que está ligada ao sector da energia e bastante dedicada à transição energética, esperando alcançar a descarbonização total de produtos e processos até ao ano 2050. Um exemplo é o projeto iniciado na plataforma offshore de Ravenna para captação de CO2.
A empresa italiana está a desenvolver diversos projetos em todo o mundo, como é o caso do mencionado em Ravenna, usando as tecnologias CCS (Carbon Capture and Storage) e CCU (Carbon Capture and Utilization), sob a supervisão do Centro de Investigação de San Donato Milanese e do Centro R&D para as Energias Renováveis e para o Ambiente em Novara.
Uma das ideias principais passa pela captura de C02 diretamente nas fábricas mais poluentes, como as que estão relacionadas com a produção de cimento, de aço, papel e produtos químicos, sendo que esta última é responsável por mais de 20% das emissões poluentes italianas. Ao usar sistemas com líquidos iónicos em vez dos tradicionais à base de aminas, todo o processo consegue ser muito mais eficiente, sendo que esta tecnologia torna possível a interceção de CO2 diretamente da atmosfera e de uma forma que também é mais eficiente do ponto de vista energético, face às soluções já existentes.
Ver o vídeo sobre como capturar e valorizar o CO2
A Eni consegue assim contribuir para transformar aquilo que é atualmente um custo, naquilo que poderá ser uma oportunidade, uma vez que permite às diversas empresas localizadas na área onde se estão a desenvolver estes sistemas, a possibilidade de também descarbonizar as suas atividades, formando uma área industrial de carbono zero, que poderia atrair novos investimentos e criar mais postos de trabalho.
Abaixo um vídeo sobre o projeto Ravenna, de captura de CO2
Outro dos projetos está a ser desenvolvido com o MIT e tem o seu foco em sistemas de captura eletroquímica altamente eficientes que, através de uma redução química de CO2, permite criar metanol utilizando hidrogénio produzido pela eletrólise da água e que é alimentado por energias renováveis. Posteriormente, o metanol produzido desta forma pode ser reutilizado na produção de energia, ou usado diretamente como um dos componentes de combustível rodoviário, o que também dá uma ajuda na redução da pegada de carbono de todo este processo.
Na componente que se refere ao armazenamento de CO2, a Eni tem também um projeto que prevê a reutilização das jazidas de gás natural já esgotadas, e nas quais a empresa já tem as suas instalações offshore em funcionamento, sendo que toda a estrutura operacional de armazenamento e transporte de CO2 desde os seus centros onshore está a ser assumida pela Eni.