As emissões reais da grande maioria dos automóveis na União Europeia (UE) estão ao mesmo nível de há 12 anos. O alerta é apresentado pelo Tribunal de Contas Europeu (TCE) que salienta que as metas de redução estabelecidas em 2010 parecem não ter surtido efeito.
Em comunicado, a TCE, citada pela Reuters, refere que os fabricantes automóveis aproveitaram algumas falhas nos requisitos de testes durante os anos 2010 para obter emissões mais reduzidas durante os testes em laboratório. Novos ciclos de testes foram depois introduzidos em setembro de 2017 para representar melhor as emissões dos automóveis em ambiente de estrada.
Ainda com as mudanças, a TCE garante que as emissões reais de automóveis convencionais – que ainda representam cerca de dois terços das novas matrículas –, continuam com emissões elevadas, não muito diferentes das que se registavam há 12 anos.
Numa fase em que a UE está a definir as metas de emissões para 2040, a TCE alerta que para se conseguir uma redução efetiva será necessário ter muito menos veículos poluentes nas estradas. Isso é um grande desafio.
A UE tem conseguido reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em diversas áreas nos últimos 30 anos. No entanto, no setor dos transportes, a tendência foi inversa. Em 2021, este setor representava 23% do total de emissões da União Europeia, com os automóveis a serem responsável por mais de metade desta percentagem.
Para a TCE, apenas os carros 100% elétricos, que começam a ganhar cada vez mais adeptos, vão conseguir baixar as emissões do setor.