As marcas que o MOTOGP deixou em 2019

Balanço do ano na categoria rainha do motociclismo de velocidade
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Marc Márquez (Lusa)
Marc Márquez (Lusa)

Com o ano a chegar ao fim é hora de fazer o balanço à última temporada de MotoGP. Numa época longa, escolhemos alguns dos momentos que marcaram a temporada de 2019 da classe rainha.

Marc Márquez é hexacampeão

Em 2019, Marc Márquez voltou a fazer história ao conseguir chegar ao seu sexto título de campeão do mundo numa temporada perfeita.

O espanhol da Honda defendeu assim com sucesso o título alcançado em 2018 e mais do que isso venceu 12 corridas e bateu o recorde de pontos numa temporada ao totalizar 420 pontos e o recorde de pódio numa época, ao subir por 18 vezes ao pódio em 19 corridas.

O campeão do mundo da Honda que ganhou os seis títulos no MotoGP nos últimos sete anos (a exceção foi 2015) carimbou o ‘tetra’ com uma vitória no GP da Tailândia, logo à primeira oportunidade que teve para a revalidação e deixando ainda quatro corridas por realizar.

Desta forma Marc Márquez tornou-se aos 26 anos no mais jovem de sempre a conquistar seis títulos mundiais na classe principal, já que os italianos Valentino Rossi (sete) e Giacomo Agostini (oito) conseguiram-no apenas aos 29 anos.

Ao longo de uma temporada Márquez tornou-se o piloto espanhol com mais vitórias em MotoGP, ultrapassou os três mil pontos no Mundial (no GP de Itália), os dois mil pontos na categoria rainha (GP da Holanda) e as 50 voltas rápidas em MotoGP (GP da Alemanha).

O hexacampeão igualou Rossi também com sete vitórias em sete participações num mesmo circuito (Sachsenring, na Alemanha), tendo dez vitórias consecutivas no GP da Alemanha.

Para alem disso o piloto espanhol da Honda atingiu a 50.ª vitória em MotoGP (Rep. Checa) sendo já o piloto com mais pole positions na categoria rainha (61) superando as 58 de Mick Doohan e é o piloto com mais ‘poles’ nas três categorias (89).

Márquez é também o mais jovem de sempre a atingir a marca dos 200 Grandes Prémios no Mundial.

Com uma temporada tão perfeita resta saber se Marc Márquez será capaz de realizar em 2020, uma época igual, ou melhor que a de 2019.

A despedida de Jorge Lorenzo

Surpreendentemente e quando nada o fazia esperar, o mundial de MotoGP voltou a perder um dos seus grandes pilotos na última ronda da temporada.

Em Valência, um ano depois de Dani Pedrosa arrumar as luvas, foi a vez de Jorge Lorenzo dizer adeus à competição após 18 anos no mundial de velocidade.

O piloto espanhol não se conseguiu adaptar à moto da Honda e Lorenzo não chegou sequer a fazer um top 10, algo que parecia impossível no inicio da época para quem tinha nas mãos a moto campeã do mundo e tinha como companheiro de equipa Marc Marquez.

As constantes lesões não ajudaram Lorenzo ao longo da temporada e depois da queda no GP da Holanda, em junho, onde fraturou duas vértebras e ficou de fora das pistas durante dois meses, Lorenzo deixou claramente de arriscar e não conseguia impor o seu ritmo com a Honda.

A carreira do tri campeão do mundo chegou ao fim, mas Lorenzo promete ficar perto das corridas. Para a história ficam as 47 vitórias alcançadas no MotoGP, a primeira das quais no GP de Portugal em 2008, 114 pódios e 43 poles.

A estreia de Miguel Oliveira

No primeiro ano na categoria rainha do motociclismo, o piloto português da KTM Tech3 terminou o ano com um sabor agridoce.

Miguel Oliveira foi consistente, alcançou alguns resultados satisfatórios e, em algumas situações foi mesmo mais rápido que os pilotos da equipa de fábrica.

Em nove das 16 corridas que realizou terminou dentro dos 15 primeiros, ou seja, nos pontos o que acabou por deixar Miguel Oliveira no 17.º lugar do campeonato com 33 pontos, apesar de ter falhado as últimas três corridas da temporada.

O melhor resultado em 2019 do piloto português foi um oitavo lugar no GP da Áustria.

No entanto a época não terminou da melhor maneira, já que a queda em Silverstone, no GP Grã-Bretanha, provocada por Johann Zarco, acabou por lesionar o ombro direito de Miguel Oliveira. Uma lesão que se agravou com a queda no GP da Austrália que acabou por levar o piloto português à sala de operações e falhar as derradeiras provas da temporada.

A ‘guerra’ de Zarco com a KTM

De promessa à desilusão, Johann Zarco, precisou apenas de 14 rondas, das 19 do campeonato para perder a confiança da KTM e acabar mais cedo o seu contrato com a marca austríaca.

O piloto francês não conseguiu adaptar-se à RC16 e falta de resultados bem como as criticas feitas à marca austríaca acabaram por lhe abrir a porta da saída.

A falta de resultados e o acidente em que abalrou Miguel Oliveira no GP da Grã-Bretanha, que acabou por levar a uma penalização na grelha de partida para o GP de São Marino, foram páginas de uma época que o piloto francês vai querer esquecer.

Zarco ficou sem equipa no GP de Aragão e regressou às pistas para substituir Takaaki Nakagami, na LCR Honda, nos últimos três grandes prémios da temporada, mas sem resultados de destaque.

O piloto francês alcançou no entanto o título de ‘Rei das quedas’ na temporada de 2019, um recorde que nenhum piloto gosta de ter, mas a verdade é que na última temporada de MotoGP, Johann Zarco acabou por se destacar pelo número de vezes que caiu, já que terminou a temporada com um total de 17 quedas.

Zarco vai regressar em 2020 mas desta vez aos comandos de uma Ducati da equipa espanhol Avintia.

O pesadelo da Yamaha parte 3

2019 voltou a ser um ano negro para a Yamaha que não conseguiu inverter a tendência de falta de resultados que já se arrasta desde 2017.

A marca nipónica precisou de 8 corridas para regressar às vitórias e Maverick Viñales garantiu assim a primeira vitória da temporada voltando assim a subir ao lugar mais alto do pódio pela primeira vez desde Phillip Island, em 2018.

Mas depois de Assen e quando se esperava que a Yamaha entrasse no caminho das vitórias, a equipa japonesa voltou a revelar que tem muito caminho pela frente para conseguir resultados consistentes no campeonato e só voltou a conhecer o sabor da vitória no GP da Malásia, penúltima ronda da temporada, com Vínãles a alcançar a segunda vitória da temporada.

O espanhol da Yamaha acabou por terminar o campeonato no terceiro lugar, depois de ter subido por sete vezes ao pódio com quatro terceiros lugares, um segundo e as duas vitórias.

Viñales terminou o ano na frente de Valentino Rossi foi a voz do descontentamento ao longo da temporada tendo alcançado apenas dois segundos lugares ao longo da época, muito pouco para o piloto italiano.

Mas para agravar a crise na equipa oficial da Yamaha esteve a formação satélite da SRT Yamaha, onde o ‘rookie’ Fabio Quartararo foi a estrela ao conseguir sete pódios e seis poles na época da estreia acabando mesmo por terminar a temporada na quinta posição do campeonato na frente de Rossi.

A pior temporada de sempre de Valentino Rossi

Valentino Rossi viveu em 2019 uma das suas piores temporadas de sempre no MotoGP. O piloto italiano da Yamaha somou apenas dois pódios em 19 rondas e acumulou 16 corridas consecutivas sem saber o que é ocupar um lugar entre os três primeiros.

Em 18 temporadas que Valentino Rossi leva no MotoGP, nunca o piloto italiano esteve tanto tempo sem ocupar um dos três primeiros lugares numa corrida, e é preciso recuar à temporada de 2011, quando alinhava pela Ducati, para encontrar uma sequência de 13 provas em que Rossi não conseguiu subir ao pódio.

Valentino Rossi subiu na última temporada apenas por duas vezes ao pódio, logo no arranque da temporada, nas rondas da Argentina e da América, onde alcançou dois segundos lugares, a partir dai, o italiano não voltou a festejar um pódio.

A Yamaha continuou longe de ter uma moto competitiva para lutar pelas vitórias e para agravar a situação Maverick Viñales e Fabio Quartararo foram os homens da Yamaha que mais vezes subiam ao pódio.

Desta forma 2020 promete ser um ano de todas as decisões para Valentino Rossi que não parece disposto a continuar no MotoGP com uma moto pouco competitiva.

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