O maior exportador mundial de crude, a Arábia Saudita, acaba de confirmar que irá prolongar até ao final do ano o corte na produção de petróleo, afetando assim todo o mercado e cotações mundiais e fazendo temer novos aumentos do preço dos combustíveis.
O corte de um milhão de barris de petróleo por dia, que o país árabe iniciou em julho, irá assim prosseguir, sendo a produção atual da ordem dos nove milhões de barris/dia.
A notícia foi veiculada pela agência noticiosa oficial saudita (Saudi Press Agency – SPA) e confirmada já pela Reuters e vários órgãos de informação internacionais. Apesar deste anúncio a cotação do petróleo Brent desceu abaixo dos 90 dólares (fonte: OilPrice), mas é expectável que a pressão da procura (com previsão de consumo acima de 2,4% para este semestre) altere o cenário nas próximas semanas.
Este corte adicional (junta-se a um já anunciado até final de 2024) conta com um “apoio” também da Rússia que assumiu reduzir as exportações e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEC - no original) e em teoria pretende apoiar a estabilidade e o equilíbrio dos mercados petrolíferos.
No entanto, vários analistas do setor estimam que esta medida deverá na verdade fazer aumentar ainda mais o preço do petróleo, com prejuízo do preço dos combustíveis. Esta análise tem ainda em conta o bom desempenho do dólar e o que isso pode representar para países (como toda a União Europeia com Portugal incluído) que não utilizam a moeda.
A Arábia Saudita, que representa cerca de 17% das reservas mundiais de petróleo, reduziu a produção em várias ocasiões no âmbito da política OPEP+, que o reino árabe lidera com a Rússia, operando quase como um cartel em termos de decisões.